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Empregada doméstica, mãe de Rebeca Andrade criou sozinha os sete filhos após marido sair de casa

Campeã olímpica no solo da ginástica artística, Rebeca Andrade, de 25 anos, tem uma história de superação muito parecida com a de muitas meninas e meninos que foram criadas por mães solo. A ginasta número 1 do Brasil e a maior medalhista do país pouco conviveu com o pai, que saiu de casa deixando a mãe da atleta, a empregada doméstica Dona Rosa, cuidando sozinha dos sete filhos.

Rebeca pouco se refere ao pai Ricardo Andrade, de quem herdou o sobrenome que adotou para as competições. Dele tem não só o Andrade como também a semelhança. Apesar de quase nunca se verem, a ginasta diz que a relação é boa.

“O meu pai é meu pai e nunca vai deixar de ser meu pai, amo muito ele. Tenho um carinho enorme e lembranças muito boas com ele. Mas como eu saí muito cedo de casa, a convivência, não só com ele, mas com a minha mãe e meus irmãos também, ficou mais distante”, relatou a atleta durante uma homenagem prestada por Faustão, no ano passado.

Foi no mesmo programa que, pela primeira vez, Ricardo apareceu frente às câmeras para falar sobre a filha medalhista:

“O que eu posso dizer sobre a Rebeca é que não sou só o pai dela, mas também fã número um. Lembro dela quando pequena, quando começou na ginástica, ela se dedicou muito e quebrou muitas barreiras, e agora ajuda muito essas meninas, aqui do Vila Fátima (bairro m que morou), a ver que também podem, como a Rebeca, vencer”

Ricardo justificou a ausência na vida dos filhos pelos problemas que teve no casamento com a mãe da ginasta, Rosa Rodrigues.

“Eu e a mãe dela, como muitos, não demos certo como casal. Mas, graças a Deus, eles (os filhos) tiveram uma boa educação, muito amor, não só a Rebeca. Meus filhos sempre foram muito cabeça, mesmo com pouca idade”, seguiu Ricardo, que diz ter com a filha atleta conversas mais leves e momentos de diversão.

Ricardo Andrade é pai de Rebeca Andrade — Foto: rep/ youtube

Ricardo Andrade é pai de Rebeca Andrade — Foto: rep/ youtube

Em dado momento, ele chorou durante o depoimento para a filha, com a qual não conviveu:

“Você sabe que o pai é mais coração, né? E eu fico emocionado de falar sobre você nesse momento. Nesse tempo todo em que não estivemos juntos, eu só peço a Deus que continue te abençoando, que continue na sua trajetória, porque ela será de muitas, não vai parar em você. Você dará fortalecimento para estas que vão chegar”.

Rebeca agradeceu a homenagem e falou um pouco mais sobre a relação que tem com Ricardo:

“Foi muito difícil, porque a distância é dolorida, minha família sempre se fez muito presente, mas meu pai não acompanhou tanto essa parte do esporte porque ele não estava tão próximo. É por isso que eu falo mais da minha mãe e dos meus irmãos, eles acompanharam mais o meu começo. Agradeço muito pelos pais que eu tenho, mesmo com as dificuldades que tivemos com a questão deles, ficando distantes, mas faz parte. Eu sou uma pessoa feliz, saudável, resolvida, com muita gente que me ama e é o que desejo para as pessoas também”.

Empregada doméstica e mãe solo de sete filhos em Guarulhos, na Grande São Paulo, dona Rosa apoiou o talento da filha desde cedo.

Rosa contava com a ajuda do filho mais velho para levar Rebeca de bicicleta o

Por Extra

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