O Acre registrou 433 casos de febre do oropouche entre janeiro e o dia 13 de agosto deste ano. Os dados são do Boletim Epidemiológico Semanal das Arboviroses, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). Uma morte foi registrada pela doença no estado este ano.
A doença é transmitida principalmente por mosquitos. O vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) é mantido no sangue desses animais após eles picarem uma pessoa ou outro animal infectado. Os sintomas da doença são parecidos com arboviroses, como a dengue e a chikungunya.
Os dados apontam que em 2024 foram testadas 1.696 amostras de casos prováveis de febre oropouche no Acre. Desses, 433 deram positivo para a doença. Os casos são registrados em 21 cidades acreanas.
No ano passado, o estado registrou 60 casos confirmados da doença, em oito cidades. Ao todo, na época, foram testadas 145 amostras.
Morte de bebê
O Ministério da Saúde registrou no dia 8 de agosto o caso de um bebê nascido no Acre com anomalias congênitas associadas à transmissão vertical de Oropouche. O bebê veio a óbito após 47 dias de vida. A mãe, de 33 anos, havia apresentado rash cutâneo (erupções) e febre no segundo mês de gravidez, e os exames laboratoriais no pós-parto deram resultado positivo para o vírus Oropouche.
Exames realizados nos laboratórios do Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém, apontaram a existência de material genético do vírus em diferentes tecidos do bebê que nasceu com microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas. A análise também descartou outras hipóteses diagnósticas.
No entanto, a correlação direta da contaminação vertical de Oropouche com as anomalias ainda precisa de uma investigação mais aprofundada, que vem sendo acompanhada pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Estado de Saúde do Acre.