A área urbana de Rio Branco registrou 360 focos de queimadas este ano, segundo informou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Apesar de alto, o número é 21,2% menor que o registrado entre janeiro e agosto do ano passado.
Com relação ao mês de agosto, os dados apresentados em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 26, também apontam redução em relação a 2023.
Conforme o secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Nasserala, os dados são obtidos por meio do satélite Aqua, e apontam que, em agosto deste ano, foram registrados 95 focos de incêndio em áreas urbanas e no mesmo período do ano passado tinham sido 119 ocorrências.
De acordo com os dados da Semeia, os bairros com maior números de registros de queimadas este ano incluem:
- Conjunto Universitário –25 focos
- Amapá – 24 focos
- Calafate – 16 focos
- Floresta Sul – 15 focos
- Distrito Industrial – 14 focos
- Irineu Serra – 13 focos
- Cidade do Povo – 12 focos
- Custódio Freire -11 focos
- Belo Jardim – 10 focos
Autuações
O secretário municipal de Meio Ambiente destacou que 97 pessoas já receberam autos de advertência este ano, além de sete multas aplicadas por incêndios urbanos e 20 ocorrências ainda sob análise. Nasserala enfatizou a responsabilidade dos proprietários de terrenos em manter suas áreas limpas e cercadas.
“Quem tem terreno urbano tem a obrigação de ter o terreno limpo e cercado. Então não adianta vir falar que foi um terceiro que tocou fogo. Ele vai pagar por ter deixado o terreno dele queimar.”
Ele acrescentou que as multas vão a partir de R$ 1 mil, dependendo do caso, e que este ano as autuações já superaram as do ano passado, quando foram emitidos apenas quatro autos de infração.
“Independentemente de a pessoa botar o fogo à noite ou em qualquer hora, no dia seguinte, fica um rastro lá; nós chegamos até o local, fazemos todo o registro e a pessoa vai ser penalizada por aquilo que está fazendo de queima no nosso município”, afirmou Nasserala, destacando que as penalidades podem incluir processos administrativos, civis e criminais.
O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, reforçou a gravidade das queimadas e o impacto na qualidade do ar. Ele afirmou que o Brasil inteiro enfrenta problemas sérios com queimadas e que a determinação da prefeitura é “ir pra cima” dos responsáveis.
“Nós não vamos admitir, em hipótese alguma, os incêndios criminosos. Então a gente vai fazer BO [boletim de ocorrência],” declarou Bocalom, ressaltando que a prefeitura tem trabalhado para reduzir as queimadas por meio de educação ambiental e outras iniciativas, mas que, em alguns casos, a aplicação de multas torna-se inevitável.
Bocalom destacou ainda que medidas como a coleta regular de lixo de quintal e a mecanização das áreas rurais ao redor da cidade têm contribuído para a redução dos focos de queimadas. “A nossa prefeitura tem feito de tudo para reduzir isso [queimadas], mas chega um ponto que não tem jeito mais só a educação ambiental e a gente tem que começar a multar,” concluiu o prefeito, fazendo um apelo aos donos de terrenos urbanos para que mantenham suas propriedades limpas e evitem maiores complicações.