Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Cortina de fumaça cobre Rio Branco e poluição do ar atinge níveis alarmantes de 12 vezes acima do aceitável

Foto: Iryá Rodrigues

Rio Branco está coberta por uma densa cortina de fumaça, que elevou a poluição do ar a níveis alarmantes, atingindo quase 12 vezes o limite considerado aceitável.

Nesta segunda-feira, 26, às 21h, a capital acreana registrou um pico de 175 microgramas por metro cúbico (µg/m³) de material particulado, enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um máximo de 15 µg/m³ no período de 24 horas.

O cenário crítico, agravado pela escassez de chuvas, aumento de queimadas e baixa umidade do ar, coloca a população em risco, especialmente grupos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias.

Na manhã desta terça-feira, 27, a situação continua de alerta, com o nível de poluição em Rio Branco marcando 131 µg/m³, quase nove vezes acima do aceitável.

As informações, obtidas através do sistema de monitoramento Purple Air, indicam que a má qualidade do ar não se restringe à capital. Outras cidades do Acre também enfrentam altos índices de poluição, com Sena Madureira registrando 137 µg/m³, Santa Rosa do Purus 102 µg/m³, Manoel Urbano 107 µg/m³, Xapuri 98 µg/m³ e Tarauacá 66 µg/m³.

O pesquisador em Ciências Ambientais da Universidade Federal do Acre (Ufac), Foster Brown, explicou que a fumaça que envolve Rio Branco e outras regiões do estado é proveniente de múltiplas fontes, incluindo queimadas no próprio Acre, na Amazônia e até na Bolívia.

Ele mencionou que a friagem que chegou ao estado acreano no domingo, 25, trouxe ainda mais fumaça do país vizinho, piorando a situação.

Brown alertou que a vegetação está se tornando cada vez mais seca e, portanto, mais suscetível a incêndios.

“Cada dia sem chuva, a floresta e a vegetação ficam mais secas. A água sempre está evaporando do solo, e quando não tem chuva para compensar, a vegetação, seja pasto, seja floresta, fica cada vez mais inflamável”, disse.

Ele também destacou que, com a previsão de chuvas abaixo da média até setembro, o risco de incêndios florestais tende a aumentar. “Se o fogo vai ou não se espalhar, depende da gente. Não é Deus que está botando esses incêndios”, finalizou.

Sair da versão mobile