Os acreanos enfrentam, pelo segundo ano seguido, uma seca severa dos principais rios que cortam o estado. Para se ter ideia, o Rio Acre, na capital, está a apenas 17 centímetros da menor cota histórica.
Essa estiagem traz consequências em diversos aspectos da vida das populações locais, entre eles o bolso, conforme explica um informativo do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de Economia da Universidade Federal do Acre (Ufac).
“O que acontece é que o estado do Acre importa muitos produtos, e o combustível é um dos principais deles, sendo que o transporte é feito pelos rios ao redor da capital. No entanto, nos períodos de seca, esse trajeto pode se tornar mais dificultoso, exigindo um tempo maior a ser percorrido”, diz o boletim.
Os efeitos disso são as elevações dos custos para o transporte e dos preços dos produtos nos comércios. Além disso, durante a seca severa, os barcos levam menos itens para evitar encalhamento, o que impacta na dinâmica de oferta e demanda e, consequentemente, nos valores dos produtos.
“Tal fato prejudica não apenas o orçamento da população, como também dos próprios revendedores”, ressalta o informativo do PET Economia.
Para quem vive em municípios cujos mananciais são utilizados como importantes vias de escoamento de produtos, o impacto pode ser ainda mais significativo, tanto por uma possível implicação no abastecimento quanto nos custos do transporte, devido o preço da gasolina.
O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) anunciou aumento de 20% no preço dos combustíveis, o que representa uma média de R$ 0,40 centavos de acréscimo no valor da gasolina e do diesel.
“Tal situação aconteceu da mesma forma no ano passado, o que revela uma possível necessidade de uma política pública governamental voltada para o meio ambiente, para que possamos resolver essa ocorrência sazonal”, conclui o informativo.