A prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos- SASDH, inaugurou na manhã desta quinta-feira, 8, um novo espaço de acolhimento para imigrantes que chegam ao Acre, principalmente vindos da Bolívia, Peru e Venezuela.
Para o secretário da SASDH, Wellington Chaves, a casa de acolhimento é um local apropriado com toda estrutura e conforto, especialmente no apoio a essas pessoas que na maioria das vezes já chegam fragilizadas, expulsas de seus países ou fugindo das precárias condições de vida em suas nações de origem em busca de tranquilidade e principalmente viver com dignidade.
“Essa casa é para colhe-los onde eles têm aqui alimentação, atendimento psicossocial e também o atendimento para a retirada de documentos, encaminhamento aos órgãos públicos. Nós temos em torno de 15 apartamentos, temos uma área especial para homens e outra para mulheres solteiras que estão aqui conosco”.
A venezuelana Natália Concreta, veio do seu país de origem com os seus três filhos menores de 7, 9 e 12 anos em busca de uma vida melhor.
“Isso é o que nós desejamos na verdade. Graças também às autoridades e à diretora do refúgio que nos ofereceu uma boa acolhida. Nós que chegamos sem nada, temos alguma estabilidade. Ao menos não nos falta alimento, não nos falta um lugar onde dormir e de verdade, todas as moças do refúgio nos têm tratado maravilhosamente bem, não podemos nega, e damos as graças por isso, porque nenhum país, desde que eu saí da Venezuela até aqui, nenhum país nos tem dado esse apoio e essa acolhida”.
Para o Procurador-geral substituto do Ministério Público do Acre, Carlos Maia, é fundamental esse apoio da prefeitura aos imigrantes, ressaltando que o governo Federal poderia prestar um maior apoio financeiro, tendo em vista, segundo ele, que é nos municípios que essa crise migratória é mais latente e nem sempre há recursos para um acolhimento digno.
“O fato é que a gente tem observado que as políticas públicas, dentro das possibilidades do município, têm sido implementadas, e isso aqui é uma prova disso. Só que a execução dessa política pública não é da União, é do município, e é o município que coloca seus recursos, que muitas vezes não tem. Tem que tirar de uma ponta para colocar em outra. A União deveria participar mais com recursos, mandar mais recursos para os municípios, porque afinal de contas, somos nós que recebemos essas pessoas”.
O novo abrigo para os imigrantes que fica na região do bairro do Boque, tem capacidade para acolher entre 70 e 80 pessoas e é provido de 15 apartamentos, cozinha, banheiros masculino e feminino e ainda salas de refeição e lavanderia.