Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Protesto no CAp-Ufac: alunos denunciam falta de alimentação e condições precárias em escola

Foto: Wellington Vidal

O Grêmio Estudantil do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Acre (CAp-Ufac), em conjunto com o movimento Por Uma Escola Popular, realizaram uma manifestação, na manhã desta sexta-feira, 30, no Novo Detran, devido a diversas irregularidades verificadas na instituição de ensino. Na ocasião, os alunos reivindicavam a falta de cumprimento dos acordos feitos com a gestão superior da Ufac na última greve.

Os estudantes produziram faixas e cartazes sobre os problemas vivenciados no ambiente escolar, com o objetivo de reivindicar os seus direitos e chamar a atenção da reitoria da Ufac para que as demandas exigidas ganhem soluções efetivas.

Segundo a aluna do 3º ano do ensino médio Maria Eduarda, secretária do grêmio estudantil, um dos principais motivos que levou os alunos decidirem fazer a manifestação é a falta de almoço que, inclusive, foi um dos acordos feitos nas mesas de negociações durante a greve federal na Ufac. A escola funciona em período integral e, conforme acertado, os alunos teriam acesso ao almoço de forma gratuita. “Até hoje, a gente não teve acesso a esse almoço, a gente tem que tirar do nosso próprio bolso”, relata.

Alunas do colégio de aplicação com cartazes de reividicações. Foto: Wellington Vidal

Além disso, os estudantes queixam sobre os ar-condicionados, que se encontram, em sua maioria quebrados, irregularidades na energia elétrica e a constante escassez de água. “A gente tem aula no calor, que é uma condição que não é digna para a gente estudar, a gente vive sem água, quando não falta luz, que a gente tem que ter aula no escuro, essas são situações precárias que a gente passa por tanto tempo, que a gente cansou por isso decidiu fazer esse movimento para a gente ser ouvido porque dessa forma não vai dar mais”, desabafa Eduarda.

Ainda de acordo com a estudante, a gestão também prometeu uma sala de descanso para que os alunos possam ficar após o almoço, visto que a escola funciona em período integral. No mais, também havia a proposta de ter um ônibus  para fazer a locomoção dos alunos até o antigo prédio do CAP, no centro, onde ocorrem as aulas de Educação Física. “ A gente não tem um lugar decente para descansar, eles querem bons resultados, mas tudo isso interfere, nem uma ida digna para nossa educação física é fornecido”, conta.

Outra pauta que foi levantada pelos estudantes foi a preocupação com a falta de resolução definitiva e efetiva sobre os recentes escândalos envolvendo docentes acusados de assédio sexual por alunas. 

A estudante do 1º ano Ensino médio e diretora de relações acadêmicas Iasmin Fernandes, relatou à GAZETA sobre os casos de assédio.

“Essa história já tem repercussão desde 2022, com um professor específico, eu como aluna e já tendo tido aula com esse professor , fico muito triste que essa situação não tenha sido totalmente resolvida, mesmo que agora esteja em um processo, sinto que falta mais apoio e ajuda da gestão”, declara.

Movimento Escola Popular e Movimento Universitário Popular

A manifestação dos alunos do colégio de aplicação teve iniciativa do próprio grêmio estudantil, mas recebeu apoio do movimento escola popular e movimento universitário que são movimentos estudantis liderados por acadêmicos da Ufac que ajudam as lideranças de escolas a reivindicar seus direitos e lutar por suas causas.

O estudante do curso de letras inglês, Joaquim Calixto, membro atuante de ambos os movimentos, contou um pouco de como foi ajudar na manifestação e de como é esse anseio dos alunos. “Durante a greve federal na Ufac, a presidente do grêmio estudantil do CAP, sempre esteve aliado em contato com a gente na busca por correr atrás das suas demandas e houve essa ajuda em conjunto, o grande problema é que esses alunos nunca tem lugar fixo, existe essa troca de prédios constante e os alunos acabam se prejudicando, a gente viu essa questão do novo prédio, com a falta de água e a falta de alimentação, mesmo sendo prometido nas mesas de negociações que em 60 dias voltaria a alimentação, agora já são 90 dias e ainda não voltou, a gente não poderia ficar calado diante dessa e por isso estamos ajudando eles com essa manifestação.

Direção do CAP

A equipe do jornal A Gazeta do Acre, entrou em contato com a direção do colégio de aplicação para saber o que eles pensam a respeito dessa manifestação. Na ocasião, a coordenadora de ensino, Adélia, que está a substituindo o diretor do colégio, informou que a escola apoio a manifestação dos alunos, que de fato a situação tem sido difícil, com várias irregularidades no novo prédio e que os alunos têm esse direito de buscar melhorias, ela enfatiza que a falta de água é uma das maiores problemáticas atualmente “Eu mesmo entrei em contato com o assessor do governador para ver se ele poderia nos ajudar em relação a água, nos prometeram que iriam resolver a situação e agora estamos no aguardo”, declara. 

A coordenadora no entanto diz que sente uma falta de organização mais efetiva dos universitários com os alunos, visto que eles ainda são estudantes de menor e precisam de um pouco mais de atenção ao realizar esse tipo de ação, ela complementa ao falar que espera que a reitora da Ufac possa ter uma reunião com os alunos para que essas problemáticas sejam resolvidas o quanto antes.

Sair da versão mobile