Em reportagem veiculada neste final de semana, o site Poder 360 expôs “racha” no União Brasil no Acre e fala em “guerra” entre os senadores Alan Rick e Márcio Bittar, ambos filiados à sigla, tendo como pano de fundo a disputa pelo governo do estado em 2026.
A matéria cita que Rick, presidente estadual da legenda, tem planos para se lançar candidato a governador daqui a dois anos, mas tem esbarrado no que o texto chama de “ambições” dos irmãos pernambucanos Antônio e Fábio Rueda. O primeiro preside o União Brasil nacionalmente, enquanto o outro comanda o partido em Rio Branco.
De acordo com a reportagem, assinada pelo jornalista Felipe Salgado, Antônio quer tornar Fábio deputado federal pelo Acre nas próximas eleições e apoiará ao governo quem der sustentação ao plano.
E é aí que entra o senador Márcio Bittar, que, segundo a matéria, teria arquitetado a ida do prefeito de Rio Branco e candidato à reeleição Tião Bocalom para o PL (presidido no município por seu filho, João Paulo Bittar) com o intuito de colocar a máquina municipal a favor da candidatura de Rueda, da sua reeleição ao Senado e, por fim, viabilizar Bocalom como forte candidato ao governo em 2026.
O jornalista escreve ainda sobre o histórico dos conflitos entre Alan e Bittar, que teriam se iniciado na eleição passada, quando o primeiro passou a ser sondado pelo governador e então pré-candidato à reeleição Gladson Cameli (PP) para ser seu vice no segundo mandato.
“Bittar, no entanto, tentava emplacar a sua ex-mulher, Márcia, na chapa de Cameli, mas sem sucesso. Foi quando mudou a estratégia: rachou a coligação União-PP, se lançou candidato ao governo e colocou Márcia para disputar a vaga do Acre no Senado contra Rick. Ao final, foi duplamente derrotado: com uma campanha bancada com uma cifra superior a R$ 3 milhões, obteve só 4 mil votos, e márcia não se elegeu”, escreve Salgado.
Sem novidades
A trama retratada pelo Poder 360 não é novidade para os acreanos. Em abril deste ano, em meio à queda de braços entre Bocalom e seu ex-partido, o PP, Bittar e Fábio Rueda anunciaram apoio à então pré-candidatura de Bocalom, já filiado ao PL. Alan Rick, por sua vez, era entusiasta da pré-candidatura de Alysson Bestene (PP), que, na época, ainda não havia se coligado a Bocalom.
Minutos antes do anúncio feito por Bittar e Rueda de que o União Brasil subiria no palanque de Bocalom (ao invés de apoiar o pré-candidato da preferência da executiva estadual), Alan Rick chegou às pressas à sede do PL e se reuniu, a portas fechadas, com a dupla, deixando o local sem participar da coletiva de imprensa e ficando em silêncio sobre o episódio até hoje.
Na convenção que oficializou Bocalom candidato à reeleição, já com Alysson Bestene na chapa, Rick não compareceu, se limitando a gravar vídeo, que foi exibido em telão e mal pôde ser ouvido, devido o barulho da multidão que compareceu ao ato, realizado no Ginásio do Sesc Bosque.