A dez dias das provas, o Concurso Público Nacional Unificado (CNU) pode ser afetado pela negociação salarial entre o governo Lula e servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Na próxima sexta-feira (9/8), funcionários do Inep farão uma votação e poderão entrar em greve ou entregar todos os cargos de confiança em posição de chefia.
A mobilização é feita conjuntamente pelos servidores do Inep e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgãos ligados ao Ministério da Educação e cujas carreiras foram criadas pela mesma lei. O grupo terá uma reunião no Ministério da Gestão na próxima terça-feira (13/8). O resultado da assembleia da sexta-feira deve aumentar a pressão da mesa de negociação. Como mostrou a coluna, em julho as carreiras rejeitaram a proposta do governo de reajustes de 9% em 2025 e de 3,5% em 2026.
Três servidores ouvidos pela coluna que participam das negociações com o governo afirmaram em reserva que a mobilização pode afetar o CNU. Cerca de 30 funcionários do Inep estão trabalhando diretamente no concurso. Uma parte está com passagens compradas para monitorar a prova em várias regiões do país. Num cenário de greve, essas viagens não aconteceriam.
No próximo dia 18, cerca de 2,1 milhões de candidatos farão as provas do CNU em 228 cidades, em todas as unidades da federação. Serão disputadas 6,6 mil vagas em 21 órgãos públicos.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), marcados para novembro, podem ter o cronograma atrasado por causa da mobilização.