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Devaneios: sobre a ansiedade e a elaboração das dores humanas…Por onde começar?

*Por Marcela Mastrangelo

Olá devanetes, tudo bem!!! Como estamos? Epa, epa, epa, estamos a praticamente 90 dias pra o Natal, a quem diga que já é Natal, kkkk, e há àqueles que já estão trabalhando nele, haja vista os comerciantes e varejo paulista, que só pensam nisso…

Risadagem à parte, o fato é que estamos todos vivendo de alguma maneira sempre no dia de amanhã, e esquecemos os desafios e desatinos do dia de hoje. Ando preocupada por demais com a ansiedade. E há aqueles que estão desalentados e sofrendo diante de algo que passou, no excesso do passado se encontram na depressão. Grosseira essa análise? Pode ser, mais tenho pensado no caráter psicoeducativo e informativo dos grandes maus que afligem a nossa sociedade.

Escrevi esse parágrafo, e fui dar uma volta na horta, volto daqui a pouco…

Essa técnica que a acabei de fazer, e vocês acompanharam, queridos leitores, é uma técnica chamada dos 5 segundos (embora levou mais tempo. E pra quem não perguntou, as hortaliças passam bem).  Ea serve pra mediar “n” situações de conflitos, principalmente a de casais. Propõe a ideia de que, muitas vezes, pra não respondermos ou agirmos com impulsividade, precisamos nos darmos um espaço que nos garanta um tempo suficiente pra respirar e não agir de forma irresponsável ou sem um mínimo de civilidade diante da manutenção de nossa espécie humana.

Alias, não há nada de novo nessa técnica, a minha avó (querida nonna Anna) já dizia pra mim: “-Respira, conta até 10, reza uma Ave Maria.” Quando eu, na adolescência, meio que de forma questionadora e irrequieta, adorava entrar numa polêmica e não mais sair dela…. risos. Sim, fui uma adolescente que não aceitava calada as coisas, sempre tive interesse de ver além da “pintura” que a realidade se mostrava.

Passado alguns anos (bem poucos), risos, fico avaliando que, se não temos mais espaços de trocas geracionais, de educação nos lares, de amizades sinceras, e de interesse genuíno pelo outro e suas contradições, enfim “lugares” para o REPETECO (repetição) – conforme Freud, as experiências precisam de três momentos: “recordar, repetir, elaborar”… Então, em algum lugar, temos que nos preparar para darmos esse suporte. Sempre tenho esperança nas políticas públicas e nos espaços institucionais para tais, porém, o que vemos é um amontoado de desordem e falta de estrutura para receber, principalmente, as pessoas em situações mais vulneráveis e, volto a repetir, falta de interesse genuíno pelo outro e sua subjetividade.

Nesse sentido, que observando inúmeros casos e índices alarmantes de transtornos mentais, síndromes e suicídio (ideação, tentativa e consumação), as pessoas desbussoladas, como diz nosso querido psicanalista Jorge Forbes, fico refletindo que temos que repensar a nossa sociedade e, prioritariamente, as nossas relações. E pergunta é: “Por onde começar?”

Sou uma entusiasta da educação, da transformação, da elaboração dos indivíduos a partir do que temos posto e contraposto, por isso meu amor genuíno sobre as histórias (contos e racontos) e admiro demais as profissões que estão aí pra esse labor.

É, queridos leitores, nesses espaços de colaboração mútua, não teremos espaços para inteligência artificial, pois exige-se amor, presença, acolhimento, faculdades próprias da espécie humana.

E aí, me responde: – Onde vocês sugerem que podemos encontrar espaços livres para encontrar aceitação, compreensão, acolhimento e elaboração de nossas dores humanas?

*Marcela Mastrangelo é socióloga, bacharel em Direito, e possui diversas formações em cursos nas áreas de Antropologia, Educação, Ciências Políticas e terapias relacionadas ao autoconhecimento. Atualmente, está no ano de conclusão do curso superior em Psicologia. (Contato: Instagram @marcelamastrangelo).

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