Thiago Felipe de Souza Avanci, ex-secretário municipal do Guarujá, no litoral paulista, que matou a mãe, o cão e tirou a própria vida após a família descobrir que ele estuprava o sobrinho autista, participou de um livro sobre os direitos da criança e do adolescente. A obra foi publicada em 2022.
O advogado escreveu um capítulo do livro Estatuto da Criança e do Adolescente: Entre a Efetividade dos Direitos e o Impacto das Novas Tecnologias. O trecho que produziu foi intitulado Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente e Rede Protetiva como Instrumento da Cidadania Plena e de Realização dos Direitos Fundamentais.
A obra está disponível em diversas livrarias digitais e custa, em média, R$ 50. O nome de Avanci aparece na capa.
O advogado também já foi presidente do Conselho de Direitos da Criança e Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na seção Guarujá.
De acordo com seu currículo no Lattes, ele contribuiu em outros nove livros, escrevendo principalmente sobre inteligência artificial e direitos fundamentais. Além disso, teve 17 trabalhos publicados em anais de congressos e 23 artigos publicados em periódicos.
Thiago também é autor de dois livros: Teoria Pós-Positivista dos Direitos Fundamentais, de 2021, e O Futuro do Direito, de 2022.
Na Prefeitura do Guarujá, Thiago era secretário de Modernização e Transformação Digital (Semod). Segundo a prefeitura, ele ingressou na administração municipal em julho de 2019, como assessor na Secretaria de Coordenação Governamental, cargo que exerceu até janeiro de 2021.
No mesmo mês, foi nomeado assessor de Assuntos Estratégicos. Em julho de 2021 foi designado como liquidante da Empresa de Urbanização de Guarujá (Emurg), autarquia pertencente ao município, onde permaneceu até abril deste ano.
Em seguida, foi nomeado como secretário adjunto de Coordenação Governamental e Assuntos Estratégicos. Thiago foi exonerado em junho, quando assumiu a Semod. Na última terça-feira (17/9), Avanci foi exonerado do cargo a pedido.
Entenda o crime
Thiago matou a própria mãe, o cachorro da família e cometeu suicídio na noite de terça-feira. Ele teria consumado o crime após a família descobrir que o ex-secretário municipal vinha abusando sexualmente do sobrinho autista, de 17 anos, há pelo menos um ano.
Antes do crime bárbaro, o advogado teve a prisão temporária negada pela Justiça.
Um juiz 2ª Vara Criminal de Guarujá decidiu, no dia 12 de setembro, que a prisão temporária não era imprescindível para a sequência das investigações pelo crime de estupro de vulnerável. A decisão do juiz acolheu a manifestação de um promotor de Justiça contra a detenção do investigado.
O crime está sendo investigado sob sigilo pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) do Guarujá.
Por Metrópoles