Israel realizou um ataque no centro de Beirute, capital do Líbano, nesta sexta-feira (27/9). O bombardeio ocorreu logo após o discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. De acordo com agências de notícias internacionais, essa foi a maior ofensiva contra o Líbano desde o início do conflito, há quase um ano.
Segundo a agência de notícias Al Mayadeen, filiada ao grupo libanês, duas pessoas morreram durante os ataques e outras 76 ficaram feridas.
O secretário-geral do grupo Hezbollah, Hassan Nasrallah, teria sido o alvo de ataques aéreos israelenses. O porta-voz israelense Daniel Hagari afirmou que os militares atacaram a sede do grupo xiita, construída “sob prédios residenciais em Beirute para usá-los como escudos humanos”. Apesar dos esforços, o líder do Hezbollah está vivo, segundo a mídia internacional.
Após o bombardeio, uma grande nuvem de fumaça foi vista saindo das áreas que sofreram os ataques. A fumaça podia ser vista da cidade de Batroun, a cerca de uma hora de carro do local. Veja fotos:
Imagens do local mostraram vários prédios completamente destruídos, com incêndio sob os escombros. A Cruz Vermelha Libanesa informou ter enviado 10 equipes para o subúrbio de Dahiyeh, em Beirute, após o bombardeio.
Najib Mikati, o primeiro-ministro interino do Líbano, disse que o ataque israelense a Beirute mostra que Israel “não se importa” com os apelos globais por um cessar-fogo no Líbano.
Netanyahu na ONU
Benjamin Netanyahu discursou, na manhã desta sexta-feira (27/9), na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Inicialmente, o primeiro-ministro israelense afirmou que “Israel busca a paz” e, se preciso, “conquistará a paz”. Logo em seguida, disse que seu país luta contra “inimigos selvagens” e disparou ameaças contra o Irã durante a fala: “Se vocês [Irã] nos atacarem, nós atacaremos. Não há lugar no Irã que nós não possamos alcançar. Isso é verdade para todo o Oriente Médio”.
Ainda durante o discurso, o primeiro-ministro disse que Israel “está comprometido a acabar com a maldição do terrorismo em toda a sociedade” e citou a atuação das forças armadas de Israel contra os grupos extremistas Hamas e Hezbollah. De acordo com Benjamin Netanyahu, o grupo xiita ataca Israel há cerca de uma ano.
Sobre os ataques ao Hezbollah, Netanyahu disse: “Israel deve derrotar o Hezbollah no Líbano. Israel vem tolerando essa situação por quase um ano e estou aqui hoje para dizer que chega. Israel não tem escolha e tem todo o direito de acabar com a ameaça e retomar a segurança dos nossos cidadãos. E é isso que estamos fazendo”, acrescentou.
Ainda no discurso, o primeiro-ministro acusou a ONU de ser uma entidade antissemita. “Não há nada de novo sob o sol […], não há nada de novo nas Nações Unidas. Na última década, houve mais ataques contra Israel aqui [na Assembleia da ONU] do que em todo o mundo. […] Desde 2014, Israel foi atacado mais de 100 vezes nesta tribuna. Isso é uma piada, é inconcebível. Sempre foi uma questão sobre a existência de Israel. Ataco esse antissemitismo na ONU”, discursou.
Por Metrópoles