O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, anunciou, nesta quinta-feira (26/9), que o país não aceitou a proposta de cessar-fogo feita pelos Estados Unidos e pela França. As duas nações sugeriram a pausa dos ataques por 21 dias a fim de que negociações para o fim da guerra pudessem avançar.
“Não haverá cessar-fogo no norte. Continuaremos a lutar contra a organização terrorista Hezbollah com todas as nossas forças até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”, afirmou Katz em mensagem divulgada nas redes sociais.
Segundo a RFI, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ressaltou que “as notícias sobre um cessar-fogo não são verdadeiras. Esta é uma proposta franco-americana, à qual o primeiro-ministro nem sequer respondeu”.
Na sequência, informaram que as Forças Aéreas do país continuaram a atacar com “força total”, mesmo em um cenário em que mais de 600 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas no Líbano desde que Israel começou intensa campanha de bombardeio, na segunda-feira (23/9).
Os EUA e a França solicitaram o cessar-fogo temporário para abrir caminho a negociações mais amplas por meio de declaração conjunta emitida pelos presidentes Joe Biden e Emmanuel Macron.
“É hora de um acordo na fronteira Israel-Líbano que garanta segurança e proteção para permitir que os civis retornem para suas casas. A troca de tiros desde 7 de outubro, e em particular nas últimas duas semanas, ameaça um conflito muito mais amplo e danos aos civis”, diz o documento.
Ataques contínuos no Líbano
Apesar do pedido de cessar-fogo, o exército israelense informou que, durante a noite dessa quarta-feira (25/9), atingiu “aproximadamente 75 alvos terroristas pertencentes à organização terrorista Hezbollah” em Beqaa e no sul do Líbano.
As Forças Aéreas israelenses afirmaram, ainda, que o Hezbollah lançou 57 foguetes do Líbano em direção a Israel na manhã desta quinta-feira e que continuará atingindo alvos com o objetivo de danificar e destruir as capacidades e a infraestrutura do Hezbollah.
As autoridades libanesas relataram que pelo menos quatro pessoas perderam a vida e que 23 sírios – a maioria mulheres e crianças – foram mortos por outro ataque israelense em Younine, no Líbano, na mesma noite.
Durante reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise no Oriente Médio, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, denunciou que Israel está matando civis com os bombardeios e pediu cessar-fogo imediato.
“Os libaneses rejeitam a guerra e acreditam na estabilidade. Israel nunca parou de violar as resoluções adotadas pela ONU. O Líbano não está pedindo por caridade”, ressaltou Najib Mikati.
Por Metrópoles