Morador de Epitaciolândia, interior do Acre, o adolescente Edson Lima de Moura, de 14 anos, é o mais jovem paciente a passar pelo transplante de fígado na Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre). Portador de uma síndrome rara – a Doença de Wilson – o jovem enfrentava um quadro grave de cirrose hepática desencadeado pela doença.
O transplante de Edson ocorreu no dia 22 de agosto e, após cerca de oito horas de cirurgia, o jovem recebeu um fígado oriundo de um doador de Porto Velho/RO. A delicada operação ocorreu com sucesso e Edson segue em plena recuperação.
O médico Aloysio Coelho, um dos cirurgiões responsáveis pelo transplante, reforça que a condição do adolescente é rara, mas que a equipe médica da Fundhacre é muito qualificada para lidar com casos complexos como este.
“O Edson tem uma doença de caráter genético que acaba influenciando no aumento de cobre no organismo, o que gerou a uma inflamação que ocasiona a cirrose e mesmo tão jovem, acabou precisando desse transplante de fígado. Então, é um caso que a gente não vê todo dia, normalmente [os transplantes de fígado] são por hepatites virais, hepatites B ou C, mas quero ressaltar que a nossa equipe é muito qualificada para lidar com casos complexos como este, que foi o 91º transplante realizado aqui na Fundhacre”, ressaltou o médico.
Emocionada, a mãe de Edson expressou sua expectativa pela recuperação do filho. “Só gratidão à equipe da fundação. Meu filho tem uma doença rara mas, graças a Deus, a partir de hoje, o Edson terá dois registros [de nascimento]. Não foi fácil. Quem me conhece sabe que é uma luta grande. A última vez que ele passou mal, ficou três dias em coma. A gente ficou internado no Pronto-Socorro e depois viemos pra Fundação e eu pedi a Deus que aquela seria a última vez que meu filho ficasse daquele jeito, que eu já não ‘tava’ aguentando. Queria que aquela doença viesse pra mim, mas Deus é tão maravilhoso que hoje nós estamos aqui para realizar a cirurgia e acredito que a gente vai conseguir. A partir de hoje, é uma nova vida”, disse Aurinéia Lima, pouco antes do procedimento.