O site A GAZETA recebeu, ainda na sexta-feira, 13, uma denúncia preocupante sobre as escolas municipais da zona rural de Santa Rosa do Purus, um dos municípios isolados do Acre. Segundo o denunciante – que pediu para não ser identificado – os locais de ensino estão em situações precárias e sem condições básicas para o ensino.
Ainda de acordo com o informado, em uma escola em específico, a Xavier Pinho, está pior: há três anos, não haveria merendeiras, zeladores e nem transporte para que as crianças cheguem ao local de ensino.
O denunciante reitera que a situação já foi informada à prefeitura da cidade, por meio da Secretaria Municipal de Ensino. “O transporte é fluvial, então, uma das mães está fazendo esse transporte de levar os alunos sem receber nada em troca. As situações estão precárias e o local é quase insalubre. e não é só essa escola que está nessas condições: são a maioria das escolas da zona rural. E alguns dos professores chegaram a ter salários atrasados por até mais de quatro meses”, reforçou.
O outro lado
A reportagem da GAZETA entrou em contato com o secretário municipal de educação de Santa Rosa do Purus, Francileudo Silva D’Ávila, para saber o outro lado da situação.
D’Ávila reforçou o comprometimento da gestão quanto às estruturas, e esclarece que a relação com todas as escolas da rede pública de ensino são de progresso. O gestor relembrou ainda que Santa Rosa do Purus teve apenas oito mandatos de prefeitos desde sua criação, e todos tiveram sua parcela de contribuição, mas foi entre os anos de 2001 e 2008 que, justamente, o prefeito Tamir Sá – que voltou à gestão municipal e tenta a reeleição – construiu 49 unidades escolares.
“Desde o ano de 2021, a atual gestão está trabalhando com a mesma intenção e compromisso na construção e reforma das escolas e não mede esforços para buscar meios para as ações de necessidades em todas elas, tendo em vista que a maioria são em áreas indígenas. Por isso, é importante salientar que precisa-se de todo um trâmite de liberação para ações de construção e reforma, por se tratar justamente de terras indígenas”, reforçou o secretário.
Ainda de acordo com o gestor, também há toda a logística de transporte de material e mão de obra, que só é feita via fluvial. “O que dificulta bastante algumas ações, mas jamais deixamos de atender “as necessidades das escolas; hoje, na atual gestão, já tivemos a construção de oito escolas no ano de 2023 e teremos a construção de mais nove escolas […] e já estamos buscando os trâmites legais, como liberação dos órgãos responsáveis, como também em relação as documentações legais para continuar executando toda essa demanda em nossa rede de ensino rural”, disse.
Quanto à questão do atraso de salários, Fracileudo esclareceu que também há um compromisso grande em relação a todos os funcionários da educação. “Se aconteceu algum atraso relacionado a pagamentos de algum servidor da esfera rural, se deu devido
às atualizações cadastrais (documentos), ou seja, o setor pessoal que trata da documentação de funcionários sempre precisa atualizar o banco de dados de todos os funcionários e garante que informa antecipadamente a todos para o comparecimento e atualização de dado”, finalizou.
Veja algumas imagens da situação da Escola Rural Xavier de Pinho