Não apenas quem sofre de problemas respiratórios – além de crianças e idosos – está tendo problemas com a má qualidade do ar na capital acreana: quem convive com doenças relacionadas à pele também tem sentido as diferenças climáticas, principalmente com a baixa umidade. Na manhã desta quinta-feira, 19, A GAZETA conversou com a médica dermatologista Vanessa Maeda para falar sobre o assunto.
Segundo Maeda, a baixa umidade do ar já predispõe ao ressecamento e isto vai prejudicar, principalmente, àquelas pessoas que já têm a pele seca, sensível e com pré-disposição a doenças. O ressecamento leva à descamação, à coceira, à vermelhidão e à inflamação
“Aquelas pessoas que já têm uma doença de base, como, por exemplo, as dermatites ou os chamados eczemas, têm piora de algumas condições já pré-existentes da pele”, reforçou a médica, enfatizando ainda que algumas medidas são primordiais para evitar o ressecamento. “Entre elas, quantidade de água, tomar alguns cuidados em relação ao banho – que deve ser rápido, morno -, não usar bucha e o sabonete, usar o mínimo necessário”, explicou.
Após o banho, é de extrema necessidade – enquanto a pele ainda está úmida – usar o hidratante, já que há uma maior absorção do produto nesta situação. “Há também orientações em relação à roupa: quem tem doenças assim deve dar preferência a tecidos leves, mais “respiráveis”, e evitar o tecido sintético”, disse.
O que fazer quando a pele já está ressecada?
A dermatologista falou ainda sobre dois itens que são imprescindíveis para os cuidados que devem ser tomados quando a pele já está ressecada: o sabonete e o hidratante. “O sabonete mais adequado seria o uso de óleos de banho ou, então, os sabonetes syndet, que são os sabonetes mais suaves, que ressecam menos a pele. Eles têm o pH mais próximo do da pele, que é em torno de 5 e 6, e é diferente dos sabonetes comuns, que geralmente têm um tipo de detergente, que é um sulfato muito agressivo e que resseca muito a pele”, reiterou.
Em relação ao hidratante, Vanessa explicou que há maneiras diferentes de hidratar a pele, principalmente com substâncias emolientes, aquelas que fazem uma barreira física para impedir a perda de água. Bons exemplos de produtos assim são a vaselina e os óleos vegetais”, afirmou, relembrando ainda as substâncias umectantes, que impedem a saída de água do corpo, como glicerina e propilenoglico. “Temos também aquelas substâncias que vão fazer uma hidratação ativa, que seria a ureia, os lactatos, os hidroxiácidos. O hidratante ideal seria aquele que tem uma combinação desses ativos”, finalizou.