Uma pesquisa da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revelou que 50% dos municípios do Acre enfrentam a falta de insumos essenciais para garantir a cobertura vacinal da população, principalmente as crianças. O estudo, realizado entre os dias 2 e 11 de setembro, aponta que esse problema é um reflexo de uma crise maior que atinge seis em cada dez municípios em todo o Brasil.
A pesquisa da CNM apontou que 64,7% dos municípios brasileiros estão com falta de vacinas para imunizar a população. O levantamento envolveu a participação de 2.415 municípios.
A GAZETA entrou em contato com a coordenação do Programa Nacional de Imunização no Acre (PNI) para saber mais detalhes e aguarda resposta até última atualização desta reportagem.
O Ministério da Saúde é responsável pela aquisição e distribuição das vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, enquanto os estados devem prover seringas e agulhas. No entanto, a pesquisa indica que muitos municípios estão sem vacinas essenciais há mais de 30 dias, com alguns enfrentando a falta de imunizantes há até 90 dias.
Paulo Ziulkoski, presidente da CNM, destacou que a falta de vacinas pode levar ao retorno de doenças graves, como a paralisia infantil, e apontou uma discrepância entre o discurso oficial do governo federal e a realidade municipal. “Estamos cobrando do Ministério da Saúde que disponibilize os imunizantes para vacinar as crianças e suas famílias o mais rapidamente possível”, afirma Ziulkoski.
A pesquisa mostrou que a vacina Varicela, usada para reforçar a proteção contra a catapora, é a mais ausente, não chegando a 1.210 municípios. A vacina contra a Covid-19 é a segunda mais em falta, com uma média de 30 dias de atraso em 770 municípios. A vacina Meningocócica C, que protege contra infecções graves como meningite, está em falta em 546 municípios há uma média de 90 dias. O estudo não detalhou o tipo de vacina em falta por estado/município.
Outros imunizantes que estão em falta no país incluem a Tetraviral, a Hepatite A e a DTP, que combate difteria, tétano e coqueluche. A CNM destacou a necessidade urgente de resolução para evitar um possível aumento nos casos de doenças evitáveis por vacinação.
A pesquisa também revelou que o Estado de Santa Catarina enfrenta a maior falta de vacinas, com 83,7% dos municípios relatando o problema, seguido por Pernambuco e Paraná. No Norte, a situação é um pouco melhor, com 42,9% dos municípios enfrentando a falta de imunizantes.