A poluição atmosférica continua a ser uma preocupação para os moradores de Rio Branco, que enfrenta níveis alarmantes de partículas nocivas no ar. Na manhã deste sábado, 21, a qualidade do ar foi classificada como “insalubre”, de acordo com dados da empresa suíça IQ Air, que monitora a qualidade do ar globalmente.
Nas primeiras horas do dia, a concentração de material particulado (PM2.5) – partículas microscópicas que podem penetrar profundamente nos pulmões – chegou a 122 microgramas por metro cúbico (µg/m³), número oito vezes superior ao limite de 15 µg/m³ recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A capital acreana, com isso, alcançou o segundo lugar no ranking das cidades mais poluídas do Brasil, ficando atrás apenas de Porto Velho (RO).
Apesar de uma leve melhora ao longo do dia, com a qualidade do ar rebaixada para “insalubre para grupos sensíveis” e a concentração de poluentes caindo para 38,7 µg/m³, a situação ainda é preocupante.
Na sexta-feira, 20, o cenário foi ainda mais crítico. Os sensores do sistema Purple Air registraram uma concentração de 478 µg/m³, um índice quase 32 vezes acima do aceitável pela OMS. Esse episódio reforça os impactos das queimadas e da seca que assolam a região.
Queimadas em alta
Somente nesta sexta-feira, 20, o estado contabilizou 359 focos de incêndios, segundo o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com isso, o total acumulado no mês de setembro chegou a 3.076 focos, representando um aumento de 50,7% em comparação aos primeiros 20 dias de setembro de 2023, quando o estado contabilizou 2.041 focos.
Entre os municípios mais afetados estão Feijó, com 798 focos, seguido de Tarauacá (526), Cruzeiro do Sul (276), Rio Branco (197) e Sena Madureira (181).
No acumulado de 2024, de 1 de janeiro até 20 de setembro, o Acre já contabilizou 5.813 focos de queimadas, um aumento de 57% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 3.689 focos.