As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Rio Branco realizaram mais de 3,5 mil atendimentos relacionados a doenças respiratórias no mês de agosto. Os dados foram repassados pela Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre), nesta segunda-feira, 2, a pedido do site A GAZETA.
O número de atendimentos se deu em meio a uma crise ambiental na capital acreana, marcada por fumaça intensa, altas temperaturas e baixa umidade do ar.
Apesar de alto, o número de atendimentos foi 57,5% menor que o registrado no mês de julho, quando foram 5.638 atendimentos.
A UPA do Segundo Distrito foi a mais movimentada, registrando 1.868 atendimentos em agosto, uma queda em relação aos meses anteriores. Em abril, essa unidade chegou a atender 3.826 pessoas com doenças respiratórias, número que foi diminuindo gradualmente até julho. Os primeiros dias de setembro já mostraram um leve aumento, com 115 atendimentos registrados em apenas dois dias.
Na UPA da Sobral, o cenário também refletiu a tendência de diminuição, com 1.142 atendimentos em agosto, comparado aos 2.693 registrados em abril. A UPA Cidade do Povo, por sua vez, atendeu 570 pessoas em agosto, uma redução em relação aos 975 atendimentos de abril.
Conforme a gerente da UPA do Segundo Distrito, Dora Vitorino, a demanda por atendimentos respiratórios pode voltar a crescer em setembro, especialmente devido ao aumento da poluição do ar.
“Entre julho e agosto, diminuiu um pouco os atendimentos de doenças respiratórias, mas nos últimos três dias observamos que tem mais fumaça na cidade. Então, não sabemos como ficará em setembro, mas em agosto foi tranquilo, graças a Deus”, disse.
Em 20 de agosto, o governo decretou situação de emergência em saúde pública, devido ao aumento de doenças infecciosas causadas por bactérias, agravadas pelas condições ambientais. A seca, as altas temperaturas e a baixa umidade têm comprometido a qualidade da água e da saúde pública, segundo o decreto.
A capital continua sob uma espessa camada de fumaça, com a qualidade do ar chegando a níveis alarmantes. Na manhã desta terça-feira, 3, o índice de poluição do ar em Rio Branco atingiu 318 microgramas por metro cúbico (µg/m³) de material particulado, 21 vezes maior do que o limite aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 15 µg/m³.