Um inquérito revelou um verdadeiro esquema de abusos sexuais praticados por servidores de uma escola pública de Acrelândia, segundo informações repassadas pela Polícia Civil do Acre (PCAC), na manhã desta quarta-feira, 25. Os nomes dos suspeitos não foram revelados.
Ainda de acordo com a PCAC, o trabalho investigativo foi minucioso e iniciou em 11 de setembro de 2023. Além disso, o caso teria ganhado notoriedade quando uma aluna, acompanhada de sua mãe, procurou a Delegacia de Polícia para relatar que dois servidores da gestão escolar haviam proposto uma relação sexual à jovem.
Profundamente abalada, a aluna contou os fatos à mãe, que prontamente buscou auxílio policial. A denúncia abriu caminho para uma investigação mais ampla, que revelou a existência de diversas vítimas dos mesmos predadores sexuais.
Sob a coordenação do delegado Dione Lucas, a investigação durou mais de seis meses e trouxe à tona a extensão do abuso. As autoridades confirmaram que, além da jovem denunciante, outras alunas também foram vítimas de crimes sexuais cometidos pelos servidores investigados. Quatro vítimas foram identificadas como alvos de importunação sexual (art. 215-A do Código Penal), duas foram vítimas de estupro mediante fraude (art. 215 do CP), uma sofreu constrangimento ilegal (art. 146 do CP), e uma foi vítima de estupro (art. 213 do CP).
“A Polícia Civil representou judicialmente pelo afastamento dos servidores por 120 dias, no entanto, informações indicam que o coordenador Estadual de Ensino em Acrelândia descumpriu a ordem judicial ao reintegrar clandestinamente um dos investigados às suas funções. Tal atitude não apenas comprometeu o curso das investigações, como também destacou um preocupante uso da máquina pública para encobrir e proteger os predadores”, informou o delegado Dione Lucas.
A gravidade da situação não se limita às ações individuais dos acusados, mas também revela uma falha institucional que coloca em risco a integridade física e psicológica de crianças e adolescentes. O abuso de poder por parte dos investigados era manifesto, as notas escolares e outros benefícios acadêmicos eram manipulados em troca de favores sexuais, e servidores da escola foram coagidos a manter relações sexuais sob ameaça de retaliação em suas funções.
“Este caso, de profundo impacto social, ressalta a vulnerabilidade dos jovens em espaços que deveriam ser de segurança e aprendizado. A Polícia Civil do Acre não apenas finaliza a investigação, mas também faz um apelo à comunidade para que se una no combate a essa prática criminosa. “Nenhum pai ou mãe envia seus filhos para a escola esperando que eles sejam molestados por aqueles que deveriam protegê-los e educá-los”, declarou a instituição em comunicado oficial”, enfatizou o delegado geral da PCAC, José Henrique Maciel.