Candidato à reeleição em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) recebeu mensagem de WhatsApp de Pablo Marçal após o desfecho do primeiro turno. Nela, o ex-coach enviou apenas um emoji com palmas, sinalizando congratulações ao emedebista, que disputará com Guilherme Boulos (PSol) a preferência do eleitorado paulistano.
Ricardo Nunes viu o WhatsApp e decidiu não responder ao ex-coach. O prefeito avalia que sofreu ataques “abaixo da linha da cintura” de Pablo Marçal. Durante a campanha, o empresário chegou a questionar se o emedebista “bateu na esposa de mão aberta ou de mão fechada”.
Marçal também afirmou que Nunes seria preso pela Polícia Federal por envolvimento na “máfia das creches”. O clima de tensão entre os adversários culminou na agressão física de Nahuel Medina, videomaker do ex-coach, a Duda Lima, marqueteiro de Nunes. O desdobramento desse episódio é lembrado pelo candidato do MDB como exemplo de suposta conduta desonesta de Marçal.
Isso porque, após a agressão, Marçal presenciou seu advogado, Tassio Renam, mexer com vigor na gola da camisa de Nahuel. O objetivo, segundo Nunes, seria simular agressão de Duda Lima para sustentar a tese de que o videomaker teria apenas agido em legítima defesa. Pela ótica do prefeito, Marçal foi “participante da farsa”.
A mensagem de Pablo Marçal a Ricardo Nunes, exibida pelo emedebista em entrevista ao UOL, não foi acompanhada de um pedido de desculpas.
A campanha de Ricardo Nunes avalia que os eleitores de Pablo Marçal migrarão, quase em sua totalidade, para o emedebista. Em declaração à coluna, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse:
“Não precisamos que o Marçal declare apoio ao Ricardo Nunes. A direita brasileira não é gado. Tem consciência e responsabilidade. Se o Marçal quiser declarar apoio, tudo bem. Mas não é uma necessidade. O Marçal passou a campanha dizendo que Guilherme Boulos (PSol) usa drogas. A verdade é que o Boulos, por si só, é uma droga”.
Questionado se o desempenho de Ricardo Nunes, que passou ao segundo turno, representaria uma vitória do bolsonarismo sobre o segmento conservador que preferiu Pablo Marçal, Bolsonaro respondeu:
“Sim. Sou o líder mais velho, né? Novas lideranças na direita são bem-vindas. Mas têm que vir para somar, né? Não para dividir”.