A avó da menina Estela de Oliveira Ferreira, de 3 anos, contou ao EXTRA que estava em casa cuidando da neta, quando os pais chegaram e decidiram levar a menina até uma Unidade de Pronta Atendimento, que fica comunidade Nova Aurora, em Belford Roxo.
— Ela estava rouca e resfriada há uns três dias. Por volta das 20h30, piorou. Foi quando pedi para minha filha e o meu genro levarem ela no médico. Foi neste momento, por volta das 21h, que começou um tiroteio do nada e minha neta foi atingida na cabeça. Minha filha foi lavar a Estela no médico e voltou carregando ela nos braços, desmaiada e sangrando — contou Walkiria Alves.
A dona de casa disse ainda que durante os disparos chegou a pedir para que a filha e o genro voltassem para casa, “mas já era tarde porque a menina tinha sido baleada”.
— Dói muito, sabe? Dá uma sensação horrível dentro da gente. Não desejo isso para família de ninguém. É criança, criança, um bebê… Machucou muito ver minha neta baleada. Eu só peço a Deus que a gente consiga trazer um pouco de paz. Porque quem sofre é quem não tem nada a ver com essa guerra. A gente sai para trabalhar com medo — desabafou a avó da criança.
Estela precisou passar por uma cirurgia de emergência para colocação de um dreno no crânio. A operação durou cerca de quatro horas. Segundo os familiares, os médicos disseram que todo o procedimento foi um sucesso. Mas que o quadro da menina ainda é delicado.
A mãe da Estela trabalha como assistente em um escritório de advocacia no Centro. Já o pai da criança é cabeleireiro e tem um salão na comunidade.
— Estela é uma criança alegre e sorridente. Ela é um amor. Todos gostam muito dela. Não veio a hora da minha pequena se recuperar e voltar a brincadeira de massinha. Lembro que ela estava em casa, horas antes de ser baleada, cantando louvor comigo mesmo doente. Ainda não consigo acreditar que isso aconteceu com ela — lamentou a avó.