O estado do Acre notificou 470 casos de acidentes por serpentes em 2023, segundo dados do Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.
Com um coeficiente de incidência de 51,83 acidentes por 100 mil habitantes, o Acre está entre os estados com as maiores taxas do país, ficando atrás apenas de Roraima (81,81/100 mil hab.) e Pará (59,63/100 mil hab.).
O estado acreano registrou um óbito no ano passado por conta de acidentes com serpentes, resultando em uma taxa de letalidade de 0,21%.
Dados nacionais
De acordo com o boletim, os acidentes por animais peçonhentos levaram à notificação de 342.713 casos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) em 2023 em todo país.
Desse total, 32.595 foram causados por serpentes, o que representa 9,51% de todos os registros de envenenamentos. O ofidismo — como é denominado o envenenamento causado por serpentes — foi o quarto tipo de acidente por animais peçonhentos mais notificado no país.
As regiões Norte e Nordeste concentraram a maior parte dos acidentes ofídicos no Brasil em 2023, com essas duas regiões notificando quase dois terços dos casos de envenenamento por serpentes, apesar de representarem apenas 36% da população do país.
Os estados que registraram os maiores números absolutos de acidentes foram Pará, com 5.234 casos, seguido de Minas Gerais, com 3.410, e Bahia, com 3.276.
Foram registrados 143 óbitos por envenenamento de serpentes em todo o país em 2023. Os estados da Bahia (24 óbitos), Pará (17) e Minas Gerais (15) foram os que mais notificaram mortes.
Prevenção e segurança
Conforme o boletim, os acidentes com serpentes são comuns em áreas rurais e frequentemente acontecem quando as pessoas invadem o habitat natural desses animais.
Aproximadamente 80% das notificações indicam que os membros inferiores são os mais acometidos, o que pode ser evitado com o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como botas de cano alto, perneiras de couro e luvas de proteção.
O acúmulo de lixo, entulhos e o mato alto próximo às residências também podem atrair pequenos animais que servem de alimento para as serpentes, aumentando a probabilidade de acidentes. A orientação é que a população mantenha o ambiente limpo e tome cuidado ao lidar com áreas propensas à presença de animais peçonhentos.
Além das medidas preventivas, o Ministério da Saúde alertou que é crucial que a vítima de acidente receba atendimento médico imediato, já que o diagnóstico e tratamento precoce são fundamentais para evitar complicações.