A Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) realizou, nesta segunda-feira, 21, uma audiência pública para debater a seca extrema do Rio Acre, as mudanças climáticas e os desafios ambientais que o estado enfrenta. O evento, convocado pelo deputado estadual Afonso Fernandes, contou com a participação de gestores, professores, técnicos e representantes de várias instituições ambientais.
A seca severa que atinge o Rio Acre foi um dos principais temas discutidos, com foco nos impactos das mudanças climáticas e nas queimadas que agravaram a situação no estado ao longo do ano.
“Conseguimos reunir gestores, técnicos e pessoas que lidam diretamente com as questões ambientais. Vamos implementar algumas das sugestões apresentadas para que sirvam de amparo aos órgãos e gestores que precisam de condições adequadas para enfrentar esses desafios”, disse o deputado.
Entre as principais ações debatidas durante a audiência, destacou-se a proposta de criação de uma Comissão Especializada em Mudanças Climáticas e Meio Ambiente.
A proposta deve ser apresentada no plenário da Aleac nesta terça-feira, 22, e outras medidas também estão sendo estudadas, como a criação de novos recursos para que a Defesa Civil desenvolva um planejamento preventivo mais robusto, focado na preparação para evitar futuros desastres ambientais.
“Nós não podemos parar nesta audiência e aguardar que no ano que vem enfrentemos os mesmos desafios de seca extrema e queimadas. Precisamos criar políticas públicas que possam minimizar esses problemas. Estou extremamente satisfeito com o sucesso do evento e com a participação de representantes de entidades como o IMAAC, Semea, IBAMA e a Universidade Federal do Acre”, afirmou o parlamentar.
Seca no Acre é a mais severa da região Norte
A audiência acontece em um contexto crítico de seca para o estado. De acordo com o Monitor de Secas, divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no último dia 11 de outubro, o Acre registrou, em agosto, a condição mais severa de seca na região Norte.
O estado enfrenta seca em 100% de seu território há quatro meses consecutivos, com a área de seca extrema subindo de 14% para 76% entre maio e agosto de 2024.
Este cenário reforça a necessidade de ações urgentes, já que o Acre é um dos 11 estados brasileiros com todo o território sob a influência da seca. Em nível nacional, o fenômeno intensificou-se, afetando 89% do território do Brasil.