Você, mulher, já aproveitou o outubro rosa para pensar em marcar o seu exame de mamografia? Afinal, embora incômodo, este é o único método de rastreamento do câncer de mama que realmente reduz a mortalidade da doença. A GAZETA conversou, nesta sexta-feira, 11, com a médica radiologista Giovana D’Ávila, que tirou dúvidas sobre o assunto.
A médica explica que a mamografia deve ser realizada a partir dos 40 anos, se estendendo até os 74 anos. A partir dos 75, a realização ou não da mamografia, ainda segundo a médica, é avaliada de forma individual, olhando para expectativa de vida e comorbidades de cada paciente.
“É importante lembrar que, se você tem casos de câncer de mama ou de ovário na família em parentes de primeiro grau, deve começar a fazer a mamografia mais cedo, conforme a orientação do seu médico ginecologista ou mastologista”, reiterou Giovana, acrescentando ainda que há exames complementares na mamografia. “A ultrassonografia tem alta eficácia para avaliar lesões palpáveis ou com resultado de nódulos em uma mamografia prévia. Pela ultrassonografia, conseguimos diferenciar se a lesão é realmente um nódulo sólido e que precisa de um controle em seis meses, ou se é apenas uma lesão benigna, como cisto, e não é necessário controle”, reiterou.
E em mulheres que têm próteses de silicone?
Caso você tenha implante de silicone ou realizou cirurgia de retirada da mama, a ultrassonografia também ajuda na avaliação. “É preciso lembrar que a ultrassonografia não substitui a mamografia no rastreamento do câncer, pois só a mamografia reduz a mortalidade, já que consegue detectar lesões chamadas microcalcificações, que são os achados mais frequentes dos tumores iniciais da mama”, afirma D’Ávila.
Além disso, a médica afirma que é um mito pensar que a radiação utilizada na mamografia comprometa a saúde. “A radiação é mínima quando comparada com os benefícios em realizar o exame. Vale ressaltar que tanto a Sociedade Brasileira de Mastologia quanto o Colégio Brasileiro de Radiologia autorizam e recomendam que se realize o exame uma vez ao ano por todas as mulheres a partir dos 40 anos. É mito que quem tem implante de silicone não pode realizar a mamografia”, afirmou, dizendo ainda que é preciso apenas informar a técnica que realizará o exame que há um implante. “Ela [a técnica] fará uma manobra chamada manobra de Eklund, quando o implante é empurrado para trás e conseguimos observar com qualidade. O risco de ruptura do implante é raro”.
Além disso, é mito que a mamografia é um exame exclusivo das mulheres, já que os homens também possuem glândulas mamárias, embora em pouca quantidade. “Se o homem sentir nódulos ou houver suspeita de ginecomastia, que é quando há aumento das glândulas mamárias no homem, também é indicado realizar o exame. É mito que o autoexame das mamas substitui a mamografia: ele é apenas o primeiro passo para prevenir o câncer de mama, onde a mulher ou homem pode, conhecer o próprio corpo, ficando atenta a qualquer alteração que apareça nas mamas. Caso sinta a presença de algum nódulo, o passo seguinte é procurar um mastologista ou ginecologista para que ele realize um exame clínico e investigue de forma mais detalhada”, finalizou.