O Anuário da Saúde Mental nas Empresas analisa os relatos das próprias organizações sobre ações promovidas para o bem-estar dos empregados. A edição de 2024, divulgada no Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro), mostra que: das cinco primeiras colocadas no ranking de preocupação com a temática, três são empresas do setor Financeiro, uma do setor de Energia e Recursos Naturais, e uma de Alimentos e Bebidas. O estudo é feito pelo Instituto Philos Org.
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Neste ano, o Itaú Unibanco obteve o melhor índice entre as empresas analisadas, ocupando a liderança geral com 14,43 pontos. No Anuário do ano passado, o banco figurou na quarta colocação. A Vibra, do setor de Energia, saiu do 35º lugar no ranking geral da edição anterior para ocupar a vice-liderança em 2024, com índice de 13,95.
Também do setor Financeiro, aparecem em terceiro e quarto lugar, respectivamente, o Bradesco (13,76) e o Banco do Brasil (13,71). O top 5 fica completo com a Ambev, do setor de Alimentos e Bebidas, com índice de 13,33.
Entre 2020 e 2022, os transtornos mentais representaram a terceira maior causa de afastamento de trabalhadores no Brasil. Em alguns setores da economia, como o Financeiro, isso representa 68% do total de pessoas afastadas. Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.
O Anuário da Saúde Mental nas Empresas 2024 mostra que houve queda no índice geral de preocupação das empresas com a saúde mental dos empregados em relação a 2023, passando de 5,40 para 5,06.
“O tema Saúde Mental esteve na agenda das grandes corporações durante a pandemia e no pós-pandemia. Com o fim desse período, a pauta tem saído de cena, o que ajuda a explicar a queda no índice de preocupação das empresas em relatar o que tem sido feito nessa temática. Reforçamos que a saúde mental não pode ser encarada de forma sazonal”, analisa Carlos Assis, fundador do Instituto Philos Org e editor do Anuário.
Resultados positivos – Top 15
Os 100 maiores grupos empresariais do Brasil empregam, conjuntamente, cerca de 3 milhões de pessoas e faturam quase R$ 5 trilhões.
Ao analisar os Relatos Integrados, documentos elaborados pelas próprias organizações para prestar contas à sociedade, o Anuário Saúde Mental nas Empresas 2024 revela que: das 15 empresas com maior índice, quatro são do setor Financeiro, quatro da Indústria, três do setor de Energia e Recursos Naturais e duas do setor de Telecom, Tecnologia e Comunicação. O Comércio e o ramo de Alimentos e Bebidas aparecem com um representante cada.
Além das cinco primeiras colocadas citadas anteriormente, o ranking é formado por: Gerdau (6º lugar), Enel Brasil (7º), Santander (8ª), Telefônica Brasil (9º), Usiminas (10º), Votorantim Cimentos (11º), Lojas Renner (12º), Globo (13º), Itaipu (14º) e Renault (15º).
Resultados negativos
Na ponta oposta, aparecem grandes empresas que atingiram índices inferiores a 2 pontos, sendo que a média geral do ranking é de 5,06. Das 15 piores colocadas, sete são do setor de Energia e Recursos Naturais, três do Agropecuário e duas de Serviços. Os setores de Telecom, Tecnologia e Comunicação; Comércio e Indústria figuram com uma empresa cada.
Na última colocação do ranking aparecem os Correios e Simpar, com 1 ponto cada. A empresa Cemig (1,13), a COFCO Internacional (1,14) e a Copersucar (1,14) completam o grupo das cinco piores colocadas.
Também no grupo das quinze empresas com ausência de relatos sobre promoção de ações de bem-estar para os colaboradores estão: C Vale (1,33), Klabin (1,38), Nexa Resources (1,43), Ultrapar (1,43), Claro (1,53), EDP (1,57), Bunge Alimentos (1,67), Sabesp (1,71), Drogarias DPSP (1,86) e Natura & Co (1,86).
Sobre o Anuário
Essa é a segunda edição do Anuário Saúde Mental nas Empresas. O estudo, elaborado pelo Instituto Philos Org, surgiu antes mesmo da promulgação da Lei 14.831/2024 que estabelece o Certificado de Empresa Promotora da Saúde Mental. A metodologia do Anuário cobre integralmente os pontos elencados na legislação, que ainda carece de regulamentação.
Para elaboração do ranking foram considerados critérios como: programas de promoção de saúde mental e física, desenvolvimento de lideranças em saúde mental, disponibilização de psicoterapia, suporte psiquiátrico e psicológico, ações de psicoeducação, práticas alternativas, grupos de afinidade e ações em comunidade, canais de atendimento e psicometria, pesquisas e censos.
O fundador do Instituto Philos Org e editor do Anuário, Carlos Assis, explica que não basta a uma empresa a adoção de um conjunto de práticas ESG. É preciso haver uma Filosofia que direcione o comportamento ético da liderança e da organização, além de atravessar toda a estratégia e as ações da empresa.
“Em relação à saúde mental, vemos, em algumas organizações, programas com belas ações aparentes que não se confirmam na cultura e no cotidiano das relações com seus funcionários. Nosso propósito é iluminar o que tem sido feito de melhor para inspirar e influenciar as demais organizações na adoção de uma estratégia verdadeira e efetiva para a saúde mental dos colaboradores”, afirma.