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Mais de 60% das prefeitas e vices já sofreram violência política

Foto: Banco de imagens/Internet

Mais de 60% das prefeitas e vice-prefeitas do Brasil afirmam já ter sofrido algum tipo de violência política de gênero durante a campanha ou mandato, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (4/10) pela Confederação Nacional de Municípios (CNM).

O levantamento foi realizado pela CNM em parceria com o Movimento Mulheres Municipalistas (MMM) entre os meses de agosto e outubro de 2024. Foram ouvidas 224 prefeitas, em um universo de 677, e 210 vice-prefeitas de um total de 898.

Quando são analisadas apenas as prefeitas, esse percentual sobe para 66,7%.

Das entrevistadas, 46% afirmam que as práticas de violência de gênero aconteceram em publicações nas redes sociais; 22,6% em ações com a comunidade; e 18% em programas de rádio e TV.

“A violência política de gênero tem o objetivo de deslegitimar, intimidar ou silenciar a atuação das gestoras. No Brasil, o cenário dessa violência tem sido crescente, com um aumento significativo de agressões virtuais contra candidatas e mulheres eleitas, especialmente nas redes sociais”, pondera a presidente do MMM, Tania Ziulkoski.

Para 31,7% das prefeitas e vices, um maior rigor na aplicação das leis existentes impediria os casos de violência política de gênero e 39,1% acreditam que campanhas de conscientização e educação poderiam transformar esse cenário. Já 25,5% defendem a criação de novas políticas de proteção para mulheres na política para reverter esse cenário.

A CNM também questionou as prefeitas e vices sobre outros tipos de violências:

Quando analisado o tipo de resposta obtido de acordo com o cargo, a pesquisa identificou que as vice-prefeitas foram mais vítimas de violência psicológica em comparação às atuais prefeitas.

Permanência na política

A pesquisa relata ainda que, apesar do ambiente hostil, 50,2% das mulheres têm a intenção de permanecer na política concorrendo à reeleição nas eleições municipais de 2024; 11,9% têm a intenção de concorrer, porém em outro cargo; enquanto 9,6% não possuem intenção de permanecer na política.

De acordo com 60,8% das gestoras, o fato de terem sido vítimas de alguma forma de violência não afetou a sua gestão, mas para 36,5% delas a violência sofrida afetou de alguma forma.

Em relação à vida privada, 47,1% das entrevistadas afirmam que por serem vítimas de violência se sentiram psicologicamente afetadas e 9,9% se sentiram fisicamente afetadas.

Dados por estado

A pesquisa não obteve respostas de quatro estados: Acre, Amazonas, Roraima e Amapá, e do Distrito Federal, este por não possuir o cargo de prefeito. Confira a tabela:

Reprodução/CNM

Por Metrópoles
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