A história do “pior assassino em série da Austrália” pode ainda estar sendo escrita. Ele estaria por trás de até 67 homicídios sem solução entre as regiões de Queensland e Nova Gales do Sul, no costa norte do país da Oceania, desde 1977.
Naquele ano, Narelle Cox desapareceu aos 21 anos após ser vista numa parada de caminhoneiros em Brunswick Heads, quando se dirigia à praia em Byron Bay.
De 1977 a 2009, outras dezenas de mulheres sumiram misteriosamente na mesma região. É cada vez mais forte a suspeita de que um mesmo homem esteja por trás de todos os casos, que, provavelmente, continuam a ocorrer, porém com menos vítimas.
“O pior serial killer da história do país escapou impune”, disse Jeremy Buckingham, parlamentar da Assembleia de Nova Gales do Sul. “É assustador que tenha demorado tanto para que esse assunto chegasse ao Parlamento e à atenção pública”, emendou o político, que deseja que casos sejam reabertos com um novo foco: ação de um serial killer.
A polícia rebateu Buckingham, alegando não ter encontrado conexão entre os crimes, e o chamou de “alarmista”. O parlamentar contra-atacou:
“É impossível pensar que haja 67 assassinos que escaparam da Justiça naquela área, 67 indivíduos. Alguém fez essas coisas repetidamente.”
A teoria de Buckingham foi abraçada nas redes sociais. Várias mulheres se pronunciaram sobre as suas próprias experiências sendo seguidas ou temendo por suas vidas na mesma região os desaparecimentos. Uma delas afirmou que quase fora sequestrada a caminho da praia em Byron Bay em setembro. “O homem parecia muito experiente no que estava fazendo. Eu não pude acreditar no quão rápido ele correu até mim e no quão silenciosamente, e no quão preparado ele estava. Era como se eu estivesse sendo caçada”, disse Hayley em vídeo no TikTok.
“Se você é moradora local, já sabe sobre esse assassino em série há algum tempo”, declarou Laura Clare, residente de Nova Gales do Sul.
Para Buckingham, só falta a polícia se convencer dos “claros indícios”. Segundo ele, a Austrália pode estar diante de um quadro ainda mais sombrio do que aquele que foi protagonizado por Ivan Milat, que matou sete mochileiros no país, entre as décadas de 1980 e 1990, e morreu aos 74 anos sem confessar envolvimento em outros desaparecimentos em circunstâncias semelhantes.
Nesta semana, uma moção de Buckingham para que a polícia libere arquivos sobre certos casos de desaparecimento dentro de 21 dias foi aprovada pela Câmara Alta do estado, mas isso pode não acontecer para alguns deles por causa de investigações em andamento.
Por Extra