Na escala humana, um planeta de 3 milhões de anos é como um bebê com duas semanas de vida. Essa é a idade de um planeta recém-descoberto fora do Sistema Solar, chamado “TIDYE-1b”. Com diâmetro um pouco menor do que o de Júpiter, mas 0,4 vezes sua massa, ele orbita uma estrela bebê em crescimento, ou uma protoestrela. A descoberta foi descrita em um estudo publicado na revista Nature no último dia 20.
O planeta “bebê” foi detectado com um algoritmo de busca e métodos refinados de extração de dados do satélite Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) da Nasa. O astro completa uma rotação em torno de sua protoestrela a cada 8,8 dias.
Foi com base na idade dessa estrela, localizada a cerca de 520 anos-luz da Terra, que os pesquisadores concluíram que o exoplaneta só pode ter até 3 bilhões de anos. “Descobrir planetas como este nos permite olhar para trás no tempo, vislumbrando a formação planetária enquanto ela acontece”, afirma em comunicado Madyson Barber, autora principal do estudo e pesquisadora do departamento de física e astronomia da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, nos Estados Unidos.
Um “recém-nascido” diferenciado
Conforme explica Andrew Mann, coautor do estudo, os planetas normalmente se formam a partir de um disco plano de poeira e gás. Isso explica porque os planetas em nosso Sistema Solar estão alinhados em um arranjo plano como uma “panqueca”.
Os discos que formam os planetas costumam ocultá-los até os astros completarem 10 milhões de anos. “Mas aqui, o disco está inclinado, desalinhado tanto com o planeta quanto com sua estrela – uma reviravolta surpreendente que desafia nossa compreensão atual de como os planetas se formam”, observa Mann.
Uma possível explicação para o planeta não estar localizado dentro do disco é que esse tenha sido puxado para fora do lugar por uma estrela companheira que orbita a protoestrela. Mas dada a distância da estrela, essa parece uma hipótese improvável.
Acredita-se que a Terra tenha levado entre 10 milhões e 20 milhões de anos para se formar completamente, enquanto gigantes gasosos como “TIDYE-1b” levam menos tempo. No entanto, mais estudos são necessários para entender se o planeta continua acumulando material do disco e se ele está perdendo sua atmosfera superior devido à influência da estrela hospedeira.
Por: Redação Galileu