Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) apontam que, em 2023, o Estado registrou 672 internações e 126 óbitos por diabetes. A maioria desses casos era de diabetes tipo 2, doença que pode ser evitada por meio de atividade física regular, dieta saudável e promoção de hábitos saudáveis.
Com o objetivo de conscientizar o mundo acerca do reflexo do diabetes na saúde e mortalidade da população, foi instituído, em 1991, pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), o Dia Mundial do Diabetes, celebrado nesta quinta-feira, 14.
Em 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de sua resolução nº 61/225, criou a data de 14 de Novembro como Dia Mundial do Diabetes. O objetivo é enfatizar a característica epidêmica e impacto social e econômico. Para entender um pouco mais sobre o assunto, A GAZETA conversou com o endocrinologista Christian Lopes, que abordou um pouco mais sobre o assunto.
Segundo Lopes, os principais fatores de risco para desenvolver o diabetes tipo 2 são baseados em histórico familiar, glicemia já alterada, sedentarismo e uma dieta desequilibrada, rica em carboidrato. Quem está acima do peso, com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 25, também deve ter atenção.
“Sempre oriento meus pacientes com o objetivo de prevenir o diabetes e adotar um estilo de vida saudável. Fazer a prática regular de atividade física, tanto atividade física de resistência quanto atividade física aeróbica, no mínimo 150 minutos por semana, realizar uma dieta equilibrada, de preferência com acompanhamento de algum nutricionista”, explicou, acrescentando que a identificação é realizada por meio de exames cotidianos. “O que é primordial é fazer [a medição da] glicemia e jejum em hemoglobina glicada; e pelo menos uma vez ao ano, o teste de tolerância aeroglicose, principalmente com pacientes com fatores de risco”.
No que diz respeito às opções de tratamento para o diabetes tipo 1 e tipo 2, o uso da insulina é classicamente recomendado. “Temos tanto a insulina lenta quanto a insulina rápida, e em algumas situações, é preciso utilizar mais de uma vez ao dia. Há pacientes que chegam a aplicar insulina quatro, seis vezes ao dia. E a do tipo 2, também passa pelo uso das medicações orais”. Outros exemplos também são as canetas que também são utilizadas para o emagrecimento, como a semaglutida, a liraglutida e a tirzepatida também”, explicou.
Para as pessoas que não sentem sintomas, que, segundo o médico, é a grande maioria dos pacientes com diabetes, deve-se realizar a glicemia pelo menos uma vez ao ano, não como forma de rastreio. “Claro, se a pessoa tiver fatores de risco importantes, o recomendado é se fazer de forma mais frequente. Mas, de forma geral, realizar a glicemia de jejum e a hemoglobina glicada uma vez ao ano é o recomendado”, finalizou.
Dados da diabetes
Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes, a doença afeta cerca de 463 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo que 1 em cada 2 adultos com diabetes permanece sem diagnóstico (cerca de 232 milhões). A maioria tem diabetes tipo 2.
Além disso, 1,1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos apresentam diabetes tipo 1. Só no Brasil, a Sociedade Brasileira de Diabetes afirmou que, em 2019, mais de 13 milhões de pessoas viviam com a doença, sendo esse um número com potencial de crescimento. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões. O dado é alarmante, uma vez que as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como diabetes, são responsáveis por mais de 70% das mortes.
Ações da Sesacre
A pasta tem atividade programada para este sábado, 16, com o Movimento Azul. No Lago do Amor, a Sesacre disponibilizará atendimento ao público, com aferição de pressão arterial e glicemia capilar, além de medidas antropométricas.