Um estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que o Acre seria um dos estados amazônicos mais afetados caso a temperatura média no Brasil aumente 2ºC nas próximas décadas. Se esse limite for atingido, em 2050 eventos críticos para a saúde humana e a agricultura serão mais frequentes.
A previsão é que, nesse cenário, a Amazônia poderá perder metade da cobertura florestal devido à combinação de desmatamento, seca severa e incêndios. Além disso, o ciclo de chuvas seria impactado e o fluxo dos rios, reduzido. Acreanos, amazonenses, rondonienses e roraimenses sentiriam com mais intensidade esses efeitos, segundo o relatório.
Estoques pesqueiros poderão sofrer redução de mais de 70%, com diminuição de 30% a 50% dos empregos no setor, com impactos no Produto Interno Bruto (PIB) dos quatro estados mais afetados.
Os pesquisadores alertam para a necessidade de manter o limite de 1,5ºC no aumento médio da temperatura. No entanto, nos últimos 60 anos, o aquecimento em algumas regiões brasileiras já chegou a até 3ºC na média das temperaturas máximas diárias.
Para se ter ideia, desde o início da década de 1990 até o começo da década atual, a quantidade de dias com ondas de calor no país saltou de sete para 52.
“Eventos extremos, como secas severas e ondas de calor, serão mais frequentes, com probabilidade de ocorrência de eventos climáticos sem precedentes”, diz o estudo, que propõe, ainda, medidas para frear a piora desse cenário. Entre elas estão:
– zerar o desmatamento em todos os biomas brasileiros;
– investir em programas de pagamentos por serviços ambientais para incentivar a conservação;
– migrar para uma agricultura de baixo carbono, por meio de sistemas agroflorestais e integração entre lavoura, pecuária e floresta.
Com informações da Agência Brasil