As eleições da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB-AC) têm chamado a atenção pela grande politização e – principalmente – polarização. Prova disto são as grandes brigas que vêm ocorrendo, envolvendo supostos ataques misóginos e até pedido de impugnação de candidatura.
A votação que definirá o presidente da Ordem para o triênio 2025/2027 ocorrerá no próximo sábado, 22 de novembro. O atual presidente Rodrigo Aiache (da chapa 7) concorre à reeleição, em disputa contra a advogada Marina Belandi.
Ainda no último dia 7, A GAZETA publicou que uma advogada apoiadora da chapa 5 – que busca a vitória de Belandi na presidência e Adriano Iurconvite na vice-presidência – fez um boletim de ocorrência por conta de conteúdos divulgados há pelo menos três anos em seu perfil fechado no X (ex-Twitter). Antes, o Iurconvite foi surpreendido com um pedido de impugnação da candidatura.
Nesta segunda-feira, 18, houve mais um capítulo da briga. Desta vez, a candidata à presidência Marina teria sido alvo de mais um episódio machista: Marcus Vinícius Jardim, ex-conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ex-presidente da OAB-AC, teria utilizado um grupo de mensagens para compartilhar uma montagem de inteligência artificial (I.A.) que retrata Belandi vestida de azul com um avental e segurando um espanador, em alusão a uma doméstica. Marcus concorre a uma vaga no Conselho Federal da OAB pelo mesmo grupo da chapa 7 – que busca a reeleição de Aiache.
Ainda nos prints, é possível notar que um outro advogado, identificado com Dr. Adisson, ainda questiona a capacidade de oratória de Belandi, afirmando que ela é comandada por homens. “Se não estiver lendo o roteiro escrito por ‘eles’ a presidenta não sabe o que falar”, pontua, para, em seguida, questionar: “Será que foi um homem que escreveu o discurso que ela leu?”.
Marina Belandi reforçou que o apoio permissivo a ataques machistas reflete a postura da liderança atual, enfatizando ainda que a advocacia precisa de líderes que protejam a classe. “E não de quem permita ou silencie diante de atitudes covardes e antiéticas. Estamos num momento crucial para decidir qual OAB queremos para os próximos três anos. É hora de refletir e de reagir contra o machismo institucionalizado”, completou a advogada.
O outro lado
A GAZETA conversou com a assessoria da chapa 7, que deu sua versão dos fatos. De acordo com o informado, a Comissão Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB-AC) teria confirmado que a chapa 5 estaria produzindo fake news e deferiu pedido de exclusão de postagens que atacam o candidato à reeleição, Rodrigo Aiache.
Segundo a assessoria, o grupo liderado por Marina Belandi poderá pagar até R$ 10 mil em multa, caso persista na “prática da desinformação”. Na decisão, está escrito que “vê-se que o teor da postagem veiculada nas redes sociais da representada se encontra manifestamente descontextualizada das ações realizadas pelo representante à frente da gestão desta Seccional e divulgadas no portal de transparência da OAB/AC, a qual, a meu sentir, tem a nítida finalidade de desqualificar o candidato à reeleição à presidência da instituição perante o eleitorado, mediante afirmação destituída de base fática, de que não teria cumprido 70% das promessas de campanha”,.