Após um cortejo emocionante, com queima de fogos como homenagem, o corpo do ex-governador Flaviano Melo, morto no último dia 20 em decorrência de complicações de uma pneumonia, foi sepultado no jazigo da família, no cemitério São João Batista, na tarde deste sábado, 23.
No local, Flaviano recebeu a homenagem da Polícia Militar, com os tradicionais tiros destinados aos chefes de Estado. Além disso, o sepultamento contou com a participação de figuras importantes do Acre, como o governador, Gladson Cameli, e mais políticos.
Com a morte de Flaviano Melo – que atuava como presidente do MDB no Acre – assume Vagner Sales que, nas homenagens do sepultamento, fez um discurso exaltando o amigo. “Conheci o Flaviano em 1983, quando ele chegou do Rio [de Janeiro]. Eu vim a Rio Branco fazer uma visita a ele, e fiquei encantado com tantas obras que já estavam sendo realizadas pelo então prefeito Flaviano. A partir dali, começamos uma amizade. E essa amizade já se dura mais de 40 anos”, afirmou, visivelmente emocionado.
Nascido em 17 de novembro de 1949, Flaviano Melo construiu uma carreira marcada por importantes contribuições para o Acre e para o Brasil. Formado em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia Civil de Barra do Piraí, hoje UGB, e pela Universidade do Estado da Guanabara, ele atuou na emblemática construção da Ponte Rio-Niterói antes de ingressar na vida pública. Aos 75 anos, ocupava o cargo de presidente do MDB no Acre.
Sua entrada na política ocorreu precocemente, aos 20 anos, quando se filiou ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1969, passando ao PMDB com a reabertura política em 1980. Foi prefeito de Rio Branco entre 1983 e 1986, nomeado pelo então governador Nabor Júnior, e governador do Acre de 1987 a 1990. Em 1991, elegeu-se senador, cargo que exerceu até 1999.
Apesar de algumas derrotas eleitorais, como na disputa ao governo em 1994 e à reeleição ao Senado em 1998, Flaviano manteve sua relevância. Em 2000, foi eleito prefeito de Rio Branco no primeiro turno, superando Raimundo Angelim, mas renunciou ao cargo dois anos depois para disputar novamente o governo, sendo derrotado por Jorge Viana. A partir de 2006, consolidou sua trajetória na Câmara Federal, sendo eleito deputado em três mandatos consecutivos: 2006, 2010 e 2014.
Entre seus feitos, destaca-se a construção do conjunto habitacional Manoel Julião, um marco em Rio Branco. Este ano, Flaviano mais uma vez demonstrou sua habilidade política ao liderar a campanha de Marcus Alexandre (MDB) à prefeitura da capital, articulando uma inédita aliança entre seu partido e os antigos rivais petistas.
Flaviano Melo deixa um legado de serviço público e articulação política, além de sua família: a esposa Luciana Videl e os dois filhos, Leonardo e Marcelo. Seu nome está gravado na história do Acre como um dos mais influentes líderes políticos do estado.
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