“Nunca vivi em outras relações, mas esta foi a terceira vez que ele me agrediu fisicamente”. Com essas palavras, a modelo e Miss Universo Rio Branco 2023, Guilheny Abramoski, de 21 anos, descreveu a difícil situação em que vive em seu relacionamento. Ela denunciou ter sido agredida na noite dessa segunda-feira, 18, pelo companheiro, o empresário e atirador Nasser Chami.
Em entrevista À GAZETA, Guilheny, ainda abalada com o fato que viveu e extremamente chorosa, afirmou que, após as outras agressões, o suspeito sempre conseguia manipulá-la. “Ele sempre me convencia que aquelas eram apenas reações dele”, enfatiza.
Agora, a jovem diz estar com medo e insegura, especialmente após a soltura de Nasser. Ele foi liberado sem fiança, mas com medidas cautelares, incluindo monitoramento eletrônico e a proibição de se aproximar da vítima a menos de 200 metros ou estabelecer qualquer contato.
“No início, era só mar de rosas, como todo relacionamento. Depois que ele me chamou para morar com ele, e pediu para eu sair do emprego para estudar. Quando me tornei totalmente dependente dele, ele começou a mostrar as garras”, afirmou a modelo, acrescentando ainda que, durante o tratamento de câncer na garganta do suspeito, ela largou tudo para ficar cuidando dele. “Larguei minha família para ser família dele”.
Ainda de acordo com Guilheny, Nasser controlava tudo da jovem. “Inclusive, minha conta bancária. Fazia de tudo para eu não ter nada na conta para ele me manipular como bem quisesse”, relatou. Ao final, Guilheny reforçou o medo. “Estou assustada e com receio”, finalizou.
Solto após audiência
O empresário e atirador Nasser Chami obteve liberdade provisória, sem pagamento de fiança, após audiência de custódia realizada nesta terça-feira, 19. A decisão judicial determinou a aplicação de monitoramento eletrônico e outras medidas restritivas.
Entre as medidas impostas, Nasser Chami está proibido de se aproximar de Guilheny a menos de 200 metros, de manter contato com ela por qualquer meio e de frequentar bares ou locais semelhantes. Também foi determinada a apreensão de quatro armas de fogo registradas em seu nome e a cassação de seu registro como Colecionador, Atirador e Caçador (CAC).
Conforme a decisão, o empresário deverá comparecer semanalmente à Central Integrada de Alternativas Penais (CIAP), onde será acompanhado por uma equipe multidisciplinar e participará de grupos reflexivos voltados à reabilitação de autores de violência doméstica.