Em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado estadual Pedro Longo (PDT) informou que o Norte do País é a região com maior percentual de moradores endividados por apostas on-line. Segundo o parlamentar, pesquisa do Instituto Poderdata, realizada entre os últimos dias 12 e 14 de outubro, aponta que aproximadamente 22% da população nortista possui dívidas relativas a jogos.
A audiência, proposta por Longo, surgiu em face à demanda da sociedade que se originou antes das apostas: o superendividamento. “Mas esta questão tem se agravado após ter se divulgado uma infinidade de modelos de apostas, com diversos sites hospedados em outros países, e isso tem ocasionado uma diversa quantidade de problemas, que vão desde o financeiro aos psicológicos”, explica.
Longo relembrou que, recentemente, foram reguladas as chamadas bets – que são as apostas esportivas. “Mas se trata de mais um canal, embora regulamentado, que contribui para o quadro de endividamento das pessoas”, enfatiza.
Além disso, o deputado diz que, em alguns casos, recursos originados do Bolsa Família e outros benefícios têm sido utilizados para esta finalidade. “Isso mostra a importância de tratar este tema, principalmente para adotarmos medidas, de natureza didática, para propiciar um maior esclarecimento sobre os riscos envolvidos nesta prática”, diz.
Regulamentação
Dados divulgados na Agência Senado apontam que homens até 39 anos com o ensino médio completo são os maiores usuários de aplicativos de apostas esportivas. Os dados são de pesquisa do Instituto DataSenado.
Ainda segundo a pesquisa, 13% dos brasileiros com 16 anos ou mais — o equivalente a 22,13 milhões de pessoas — declararam ter participado de “bets” nos em setembro deste ano.
Entre os entrevistados que realizaram apostas esportivas, 62% são do sexo masculino. As mulheres representam 38%. A maioria dos apostadores (56%) tem entre 16 e 39 anos, seguidos das faixas entre 40 e 49 (17%), 50 e 59 (13%) e 60 anos ou mais (14%).
Em relação à escolaridade, 40% têm o ensino médio completo. Outros 23% têm o ensino fundamental incompleto e 20% têm o ensino superior incompleto ou mais.