O Acre é uma das regiões mais vulneráveis do Brasil às mudanças climáticas, com projeções alarmantes de aumento das ondas de calor até 2050. É o que aponta um estudo, referente ao mês de novembro, realizado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a Way Carbon.
O levantamento revelou que as altas temperaturas e os fenômenos climáticos extremos, como secas e tempestades, devem afetar diretamente o abastecimento de água e o sistema de saneamento no estado.
A pesquisa, que avalia como as mudanças climáticas podem impactar o setor de saneamento básico, aponta que o aumento das ondas de calor no Acre colocará em risco a infraestrutura de abastecimento de água, especialmente em municípios com poucas Estações de Tratamento de Água (ETAs).
O estudo também indica que a frequência das ondas de calor pode ultrapassar 17 episódios anuais na região, sobrecarregando os sistemas de tratamento e aumentando a demanda por água, energia elétrica e serviços de esgoto.
Além disso, o calor excessivo também impacta a qualidade da água, elevando os níveis de contaminação e tornando mais difícil o fornecimento de água potável à população. A pressão sobre os sistemas de abastecimento pode gerar problemas de racionamento, especialmente em momentos de seca prolongada.
Outros estados do Norte e Nordeste também estão entre os mais afetados, com destaque para o Amazonas e o Ceará. As cinco capitais com maior risco no abastecimento de água são Rio Branco (AC), Natal (RN), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB) e Vitória (ES). As com um menor índice de risco são Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS) e Teresina (PI).
O estudo reforça a urgência de investimentos em infraestrutura de saneamento e a implementação de políticas públicas para garantir o acesso à água de qualidade, mesmo diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.