As mudanças climáticas impactam a todos, mas, para as comunidades indígenas e periféricas, os desafios são ainda maiores. Com essa perspectiva, o curta-metragem “Proyatê: Um Grito Contra o Silêncio” estreia nesta quarta-feira, 18, às 19h, no Centro Cultural Dona Neném Sombra, em Rio Branco.
A obra cinematográfica traz uma reflexão sobre os problemas sociais e ambientais enfrentados por quem vive às margens do Rio Acre, especialmente em períodos de cheia, seca extrema e queimadas.
Dirigido pelo produtor cultural e artista local Carlos Eduardo, o filme foi produzido ao longo de um ano e captura desde as enchentes, a limpeza das casas, da lama, a seca do rio e a fumaça que cobriu o céu de Rio Branco em 2024.
À GAZETA, Carlos Eduardo contou sobre o processo de produção do curta e as expectativas para grande estreia. “É gratificante organizar essa sessão, porque o público-alvo são essas comunidades carentes da periferia: crianças, jovens e adultos que terão uma experiência única de ir ao cinema de forma gratuita. Nem todos têm acesso a isso”, disse.
O diretor também compartilhou o significado pessoal do projeto. Ele, que morou por 20 anos na beira do Rio Acre, no bairro 6 de Agosto, lembra os desafios que enfrentou na infância.
“Eu via minha casa inundar, meus móveis e brinquedos se perderem, e me sentia como se ninguém ouvisse o que estava acontecendo. Quando criança, a gente acha que é algo raro, mas, na verdade, é uma realidade cada vez mais constante. Esses impactos atingem diretamente as comunidades periféricas que vivem próximas ao rio”, destaca.
Carlos reforça que o curta é uma forma de dar voz e visibilidade a pessoas com histórias como a dele. “Esse trabalho é para ouvir quem mora às margens do rio, quem entende o coração da floresta. É uma oportunidade de refletirmos sobre como preservar o meio ambiente”, conclui.
Com entrada gratuita, o evento terá uma programação especial, incluindo distribuição de lanches e intérprete de Libras, garantindo acessibilidade ao público.