“Saneamento básico, água e esgoto sanitário geram emprego e renda, mas geram, sobretudo, indicadores muito significativos em saúde pública, que é o nosso maior desafio”. Foi com essas palavras que o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, definiu a importância do saneamento básico no que diz respeito à Amazônia. Nesta quinta-feira, 19, ele esteve, a convite do senador Alan Rick (União Brasil), em Rio Branco, para o Seminário: “A solução para o saneamento básico na Amazônia – O Modelo Inovador do Amapá”.
Segundo o ministro, o Acre teve condições de fazer um projeto quase concomitante com o Amapá. “Esperamos agora, com a liderança do Alan Rick, a mobilização dos prefeitos, do governo do Estado, que isso possa se consolidar”, afirmou, acrescentando que, na época em que era governador, fez a modelagem pelo BNDES.
“Hoje se pode fazer em um ano uma modelagem dessas, e podemos fazer pelo governo federal, através do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, que tem um fundo lançado pelo governo do presidente Lula, há pouco mais de um mês, especificamente para apoiar estados, municípios, consórcios municipais em modelagem de PPPs e de concessões, muito apropriadamente para a questão de resíduos sólidos, cidades inteligentes e também a questão do saneamento”.
Ainda segundo Góes, um dos maiores problemas na Amazônia é a questão do saneamento público. “[Ele] coloca os nossos indicadores sociais de forma desafiadora. Nós, por exemplo, não reciclamos nem 3% de todo o lixo que produzimos na Amazônia. E a cobertura de água e esgoto é realmente desafiadora”, afirmou, reiterando que o Amapá, antes de sua gestão, não tinha cobertura de esgoto de 5%.
“De água, era um pouco mais de 40%. Aqui no Acre, não sei se passa de 10% a cobertura de esgoto, então é desafiador. Isso não se resolve de forma isolada. Cada município tentar resolver esse desafio não resolve, nem o Estado sozinho, mas, com o consorciamento dos municípios, a união dos 22 municípios, o apoio do governo do Estado junto com a bancada aqui liderada pelo Alan e o apoio integral do governo do presidente Lula, podemos resolver essa questão.”
O senador Alan Rick relembrou que este é um grande objetivo que, agora, vai para a prática. “Waldez, como ministro, foi quem nos estendeu a mão com os recursos no período das enchentes e também da seca para ajuda humanitária, para recuperação de cidades. Foram mais de R$ 33 milhões que o ministério entregou aos municípios acreanos. Mas, concomitantemente a isso, há cerca de dois anos e meio, temos trabalhado junto ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional para a gente trazer um modelo de saneamento que busque solucionar os graves problemas que nós temos com abastecimento de água e esgoto sanitário”, reforçou, relembrando que os números da Amazônia são alarmantes.
“E os do Acre estão, infelizmente, entre os piores do Brasil em termos de saneamento básico, ou seja, água tratada para a população e esgoto sanitário. O ministro, no Amapá, implantou um projeto inovador no modelo de concessão pública que hoje, por exemplo, está dentro do escopo do nosso novo marco legal do saneamento, aprovado em 2020 pelo Congresso.”
Rick, que à época participou do debate como deputado federal, destacou que o modelo do Amapá hoje é uma referência em recursos captados para os municípios.
“Em qualidade do serviço, na entrega de água para a população, no sistema que está sendo construído de esgoto sanitário para os 16 municípios. O Amapá parece muito com o Acre: tem os problemas das cheias, das secas, tem o problema ambiental, os lixões, que também são um ponto desse grande projeto de saneamento, porque o saneamento engloba água tratada, esgoto, águas pluviais, drenagem e também a correta destinação dos resíduos sólidos. É o caso dos aterros sanitários. O povo do Acre, seu grande vencedor, terá água tratada nos 22 municípios, inclusive nos isolados, e sistemas de esgoto que atendam às normas ambientais, ao marco do saneamento e respeitem, obviamente, os interesses da nossa população, que é ter saúde. Cada um real que você investe em saneamento, você economiza cinco reais em saúde”, finalizou.