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Policiais do Bope acusados pela morte de menina de 11 anos e de mais dois homens durante operação são absolvidos no Acre

Policiais do Bope acusados pela morte de menina de 11 anos e de mais dois homens durante operação são absolvidos no Acre

Foto: Arquivo/TJ-AC

Depois de cinco dias, o julgamento dos cinco policiais acusados de envolvimento na morte de Maria Cauane da Silva, de 11 anos, e de dois homens durante uma operação no bairro Preventório, em Rio Branco, chegou ao fim neste domingo, 8, por volta das 18h30. O júri decidiu pela absolvição dos réus.

Conforme a sentença lida pelo juiz Robson Ribeiro Aleixo, os policiais Alan Melo Martins, Antônio de Jesus Batista, Josemar Barbosa de Farias, Wladimir Soares da Costa e Raimundo de Souza Costa foram absolvidos de todos os crimes imputados na denúncia. Os acusados já estavam em liberdade e, com a decisão, eventuais restrições relacionadas ao processo devem ser retiradas.

Além disso, o juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri determinou a devolução de uma pistola Taurus pertencente à Polícia Militar do Acre (PMAC) e o envio de outras armas e materiais ao Comando do Exército, conforme a legislação vigente.

O julgamento

Iniciado na quarta-feira, 4, o julgamento envolveu 42 testemunhas – 18 apresentadas pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) e 24 pela defesa. A longa oitiva das testemunhas e os debates entre as partes prolongaram a sessão até este domingo.

Esse foi o júri mais longo da história da 1ª Vara do Tribunal do Júri. Até então, o julgamento que levou mais dias tinha perdurado três dias, que foi o do ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, ocorrido em setembro de 2009.

Durante os dias de julgamento, os jurados ouviram depoimentos detalhados sobre os eventos de maio de 2018, quando a operação conduzida pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) resultou nas mortes de Maria Cauane, Gleiton Silva Borges e Edmilson Fernandes da Silva Sales, além de deixar outras duas pessoas feridas.

O caso

De acordo com a denúncia do MP-AC, Maria Cauane foi atingida por um disparo de fuzil e morreu no local. Os policiais Alan Melo Martins e Antônio de Jesus Batista foram acusados pela morte dela e de Gleiton Silva Borges, além de lesão corporal contra outras duas pessoas.

Já Josemar Barbosa de Farias, Wladimir Soares da Costa e Raimundo de Souza Costa foram denunciados pela morte de Edmilson Fernandes.

Inicialmente, parte das acusações foi desclassificada para homicídio culposo e alguns réus foram absolvidos sumariamente sob a alegação de legítima defesa. No entanto, o Ministério Público recorreu, defendendo que havia elementos para julgamento por homicídio qualificado e lesão corporal grave.

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