A Universidade Federal do Acre (Ufac) está avaliando a possibilidade de retirar todos os seus cursos do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) a partir de 2026. A reitora Guida Aquino anunciou, nesta segunda-feira, 9, que a instituição pretende investir, em 2025, em um sistema informatizado próprio para conduzir a proposta ao Conselho Universitário. O principal objetivo é garantir a manutenção do bônus de inclusão regional de 15% para estudantes que concluíram o Ensino Médio no Acre.
Em uma reunião extraordinária realizada na última quarta-feira, 4, o Conselho Universitário da Ufac decidiu retirar o curso de Medicina do Sisu a partir de 2025. A medida foi tomada para preservar a política de ações afirmativas para todos os cursos de graduação da instituição. Apesar da orientação do Ministério da Educação (MEC) para excluir o benefício regional no termo de adesão ao Sisu, a Ufac optou por manter a bonificação em seu processo seletivo próprio.
A decisão afetará, neste primeiro momento, o curso de Medicina, que passará a selecionar candidatos com base nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas fora do Sisu, com um processo seletivo independente, preservando a bonificação regional.
Segundo informações repassadas pela pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, a ideia da instituição é realizar os próprios processos seletivos aos cursos de graduação. “No entanto, continuando a usar a nota do Enem nas inscrições dos candidatos”, explicou.
Política para garantia de estudantes indígenas
Também no último dia 4, o Conselho Universitário da Universidade Federal do Acre (Ufac) aprovou uma política afirmativa voltada ao acesso e à permanência de estudantes indígenas em seus cursos de graduação. De acordo com Ednaceli Damasceno, apesar da lei de cotas, é evidenciado que os indígenas ainda continuam em desvantagem.
“Mesmo sendo uma ação afirmativa importante, ainda permanece uma barreira para a entrada de estudantes indígenas no ensino superior, por diversas razões, sendo a principal, o alto déficit histórico da educação escolar indígena”, explicou.
A proposta prevê uma vaga em cada curso de graduação da Ufac para estudantes indígenas, ou até duas nos cursos de dupla entrada.