As famílias despejadas de uma área de terra no bairro São Francisco já estão acampadas no hall de entrada da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) há quase 20 dias. Elas cobram do poder público moradia digna após terem suas casas destruídas durante reintegração de posse.
A proximidade do Natal aumenta ainda mais a angústia das 33 famílias que dormem no local. Elas desejam ter suas demandas atendidas antes do dia 24, para que possam festejar o nascimento de Jesus debaixo de um teto e com dignidade.
“Gostaria muito de comemorar o Natal em casa. Aqui não é o lugar adequado. Dormindo na beirada da rua ficamos sujeitos a todo tipo de situação ruim”, comenta o vendedor de verduras Paulo Roge, que está acampado na entrada da Aleac com a esposa e dois filhos pequenos, um de cinco e outra de dois anos.
O trabalhador conta que construiu sua casa de alvenaria, no local desapropriado, com o dinheiro que juntou durante anos vendendo verduras. Ele não sabe para onde ir com a família após perder sua residência e afirma que se sente invisível pelas autoridades locais.
“Os deputados passam aqui e parece que não somos ninguém. Eles vivem no luxo. Possuem tanto, que até sobra, enquanto a gente está aqui sem teto e passando necessidades. Nunca chegaram com um sacolão sequer para nos ajudar”, desabafa Paulo.
As famílias pedem doações de alimentos e fraldas descartáveis para as crianças que estão no local. Eles necessitam de arroz, feijão, carne, leite, entre outros itens básicos para sobrevivência, até que seus destinos sejam resolvidos – ou não – pelas autoridades.