Novas descobertas sobre os movimentos e ciclos de vida das abelhas foram reveladas depois que pesquisadores rastrearam os insetos usando minúsculos códigos QR colados em suas costas.
Ao registrar quando os insetos entravam e saíam de suas colmeias, cientistas da Universidade Penn State (PSU) descobriram que, embora a maioria das jornadas dure apenas alguns minutos, uma minoria das abelhas pode passar até duas horas fora da colmeia procurando alimento, segundo comunicado da universidade na semana passada.
“Isso sugere que a maior parte do forrageamento que as abelhas fazem ocorre muito próximo à colmeia”, disse a coautora do estudo Margarita López-Uribe, professora associada de entomologia da PSU, à CNN nesta segunda-feira (27).
Além do forrageamento, os insetos que fazem jornadas mais longas podem estar simplesmente explorando, enquanto outros podem nunca retornar à colônia, disse López-Uribe.
Acredita-se comumente que as abelhas vivam cerca de 28 dias, explicou Robyn Underwood, educadora da Penn State Extension em apicultura e coautora do artigo. No entanto, os dados sugerem que as que têm vidas mais longas do que se pensava anteriormente.
“Estamos vendo abelhas forrageando por seis semanas, e elas não começam a fazer isso até terem cerca de duas semanas de idade, então elas vivem muito mais do que pensávamos”, disse Underwood no comunicado.
A equipe, composta por entomologistas e engenheiros elétricos, fixou AprilTags, um tipo de código QR menor que a unha do dedo mindinho, usando cola. “Se você não adicionar cola suficiente, as abelhas podem remover a etiqueta, mas se adicionar demais, você pode sujar todo o corpo delas”, disse ela.
Eles então usaram um sistema de imagem automatizado para monitorar os movimentos das abelhas através de uma entrada personalizada da colmeia 24 horas por dia, sete dias por semana, e o uso de equipamentos acessíveis permitiu à equipe rastrear mais de 32.000 insetos.
Este método expande as práticas convencionais de trabalho de campo entomológico, que dependem de observações humanas durante períodos limitados, disseram os pesquisadores, que esperam que seu método seja usado por outros entomologistas.
“Um dos objetivos de desenvolver este sistema de código aberto e com equipamentos de baixo custo era poder transferir este método para ser replicado em dezenas (ou centenas) de paisagens”, disse López-Uribe.
Os pesquisadores estão tentando descobrir até que distância as abelhas voarão da colmeia para procurar alimento, se houver fontes de alimento suficientes nas proximidades.
“A premissa subjacente do estudo é que se as colmeias forem colocadas em áreas com alimentos de alta qualidade suficientes, elas tenderão a forragear perto das colônias, significando que os apicultores poderiam ‘limitar’ a área de forrageamento das abelhas”, disse López-Uribe.
O objetivo final é usar esses dados para fortalecer os padrões de apicultura orgânica nos Estados Unidos. Os padrões atuais estipulam que as colônias devem ser colocadas em áreas livres de pesticidas em um raio de cinco quilômetros, ela acrescentou.
O artigo foi publicado no periódico HardwareX.
*Por: CNN Brasil