Na contramão de quase todo o país, o Acre registrou, entre 2019 e 2023, aumento no percentual de crianças e adolescentes privados de algum tipo básico de direito, segundo o estudo “Pobreza Multidimensional da Infância e Adolescência no Brasil”, elaborado pela Unicef.
Há seis anos, 81,7% dos menores acreanos viviam com pelo menos uma das seguintes privações: educação, informação, moradia, água, saneamento, renda e trabalho infantil. Em 2023, esse índice subiu para 83,4%.
Além do Acre, apenas Sergipe, no Nordeste, registrou aumento no percentual (71,5% em 2019 contra 71,6% em 2023). Por outro lado, todas as demais unidades da federação experimentaram melhora nos indicadores de vulnerabilidade infantil.
Veja, abaixo, a evolução dos dados da região Norte:
Estado — 2019 — 2023
Acre — 81,7% — 83,4%
Amazonas — 88,6% — 78,7%
Amapá — 95,2% — 88%
Pará — 92,9% — 89,5%
Rondônia — 95,7% — 88,1%
Roraima — 78,3% — 71,7%
Tocantins — 79,8% — 74,5%
Desses 83,4% de crianças e adolescentes vivendo com algum tipo de privação no Acre, 35,2% têm carências classificadas pelo estudo como intermediárias, enquanto 48,2% possuem privações extremas.
Este último dado é o maior em todo o Brasil, ou seja, o Acre é o estado onde há a maior proporção de menores vivendo com carências extremas de direitos básicos, com destaque para saneamento, renda e distribuição regular de água.
Em números absolutos, são 234 mil crianças e adolescentes acreanos vivendo com algum tipo de privação, sendo que 135 mil deles possuem carências extremas.