O superintendente Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), Clendes Vilas Boas, se manifestou nesta terça-feira, 14, sobre a paralisação dos motoristas de ônibus que ocorreu na segunda, 13, em protesto contra o atraso no pagamento de salários e benefícios. Segundo Vilas Boas, a paralisação foi “um ato político”, que não seguiu as devidas normativas legais e causou grandes transtornos à população de Rio Branco.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Vilas Boas relatou que a RBTrans e a população de Rio Branco foram pegas de surpresa pela mobilização. “Tudo aquilo que ocorreu ontem pegou a todos de surpresa, assim como a população. Não houve aviso prévio”, afirmou.
O superintendente informou que notificou a empresa Ricco, responsável pelo transporte público na capital, e que a RBTrans foi informada que tinha um acordo entre empresa e sindicato dos trabalhadores e que os pagamentos seriam feitos nesta terça-feira, 14, até às 17h.
Apesar disso, os motoristas paralisaram as atividades. Segundo ele, a legislação prevê que qualquer movimento reivindicatório deve ser comunicado com pelo menos 72 horas de antecedência. Vilas Boas destacou que a paralisação desrespeitou a legislação e prejudicou 80% da população de Rio Branco.
“Aquela paralisação desrespeitando a legislação foi uma atitude de atrocidade, uma atitude que gera a baderna. Mas, os motoristas não têm culpa, eles foram induzidos a erro por alguém da qual, na intenção de fazer uma política não muito clara, colocou a população em situação difícil. Ou seja, essa força estranha, com o intuito de fazer política, acabou penalizando 80% da população”, afirmou.
A paralisação foi motivada, conforme relataram os motoristas, pelos atrasos no pagamento dos salários de dezembro e do vale-refeição, que, segundo eles, acumula dois meses de atraso. Um dos motoristas, Riclei Camelo, explicou que a decisão pela paralisação foi tomada sem apoio formal do sindicato, mas com o intuito de chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pela categoria, incluindo a falta de recursos para as festas de fim de ano.
“Infelizmente, tivemos que fazer essa paralisação porque passamos dificuldades no Natal. Não recebemos o vale-refeição, não conseguimos comprar a ceia para nossas famílias. A situação está difícil e pedimos uma resposta da empresa e do poder público”, desabafou Camelo.