A endocrinologista Ana Caroline Fonseca fez um alerta em suas redes sociais, nesta quarta-feira, 15, sobre os riscos do uso de esteroides e anabolizantes. A médica compartilhou informações sobre os impactos dessas substâncias no organismo, especialmente no que se refere à saúde cardiovascular e neuropsiquiátrica.
O alerta foi publicado após a morte do jovem Breno Loureiro, de 24 anos, que faleceu na última segunda-feira, 13, após um mal súbito em casa. Nas redes sociais, Loureiro se dizia fisiculturista e compartilhava sua paixão por musculação e treinos.
Ana Carolina afirmou que estudo recente, de 2023, que avaliou os riscos do uso de esteroides, apontou pontos importantes no que diz respeito à saúde cardiovascular. O primeiro é que, desde o início do uso, os pacientes têm uma ação de cardiotoxicidade. “Ou seja, os esteroides promovem uma toxicidade no tecido cardiológico já no início, além da alteração tanto em microtecidual, na micro arquitetura, no tecido cardiológico, quanto estruturalmente”
De acordo com a endocrinologista, são pacientes têm uma fração de ejeção reduzida, um sinal de insuficiência cardíaca. “São pacientes que têm um risco maior de fibrose cardiológica, e condições assim não são vistas em exames usuais, exames mais simples, nesses exames convencionais que nós [médicos] pedimos”, explica.
Ana Carolina reforça que desde o primeiro uso, o problema já pode ser verificado. “São pacientes também que têm uma formação acelerada de placas de colesterol nos pequenos vasos que nutrem o nosso coração”, afirma, acrescentando ainda que a formação de placas maiores propicia um maior risco de morte súbita e infarto. “Esses pacientes também têm uma HDL – o colesterol “bom”- muito baixo e um LDL – colesterol “ruim”- alto , ou seja, propicia ainda mais a formação de placas de colesterol”.
Usuários de esteroides também possuem pressão arterial alta, que tende a normalizar, na maioria das vezes, quando cessam o uso. “Além disso, há uma alteração no sistema eritropoiético, responsável pelo processo de produção e de maturação dos glóbulos vermelhos. Os pacientes que fazem uso têm uma elevação de hematócritos, são pacientes que apresentam sangue é mais grosso, e que, muitas vezes, necessitam de fazer a retirada de sangue para controlar essa alteração”.
Ao final, Ana Carolina faz um alerta. “Se você está pensando em fazer uso, repense. A sua saúde não vale esse risco. E se você está em uso e deseja parar, procure um profissional habilitado para te ajudar nesse desmame dessas medicações, já que há uma alteração neuropsiquiátrica. 30% dos usuários desenvolvem dependência química, com um comportamento muito mais agressivo, ideação suicida, depressão, o que torna o seu uso extremamente perigoso”. finalizou.
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