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Risco de câncer começa a aumentar antes do nascimento, sugere estudo

Risco de câncer começa a aumentar antes do nascimento, sugere estudo

O risco de ter câncer ao longo da vida pode começar a aumentar ainda no útero, segundo um estudo publicado nessa segunda-feira (27/1) na revista Nature Cancer. A pesquisa, feita em camundongos, identificou que a ativação de determinados genes, a chamada epigenética, pode começar ainda durante o desenvolvimento fetal.

Os cientistas do Instituto Van Andel, na Alemanha, ativaram os genes do conjunto Trim28, que estão diretamente ligados à suscetibilidade à doença, em fetos de ratinhos. A depender da etapa de desenvolvimento, a ativação dos genes esteve ligada a diferentes tipos de tumor.

Se ela ocorre ainda no início da gestação, aumenta o risco de tumores líquidos, como leucemia ou linfoma. Se acontecerem mais perto do parto, as ativações levaram ao desenvolvimento de tumores sólidos, como de pulmão, próstata ou mama.

“Nossas descobertas mudam a forma como entendemos o risco de câncer, mostrando que ele pode ser moldado desde o início da vida e oferecendo uma nova perspectiva para estudar a doença”, afirma o médico Andrew Pospisilik, coautor do estudo, em comunicado à imprensa.

Os camundongos começaram a manifestar replicações celulares irregulares com apenas 10 dias de nascidos, algo semelhante a um ano em idade humana.

Epigenética e o risco de câncer

A epigenética, que regula como e quando as instruções do DNA são executadas, desempenha um papel crucial nesse processo. Erros epigenéticos podem desregular mecanismos de controle celular, permitindo que células defeituosas sobrevivam e se multipliquem.

Os pesquisadores propositalmente causaram os erros epigenéticos, fazendo os camundongos nascerem com níveis reduzidos do gene Trim28. Ao fazer essa alteração, a equipe descobriu que se aumentava o risco de todos os tipos de câncer. As próximas investigações devem fazer intervenções mais pontuais para entender os efeitos no desenvolvimento de cada câncer.

“Se nós (como uma comunidade) pudermos identificar regiões similarmente sensíveis do genoma do câncer humano, então estaremos melhor equipados para estratificar e tratar pacientes de forma otimizada”, escrevem os cientistas no artigo.

*Informações retiradas do site Metrópoles.

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