A dança do ventre é uma das formas de dança mais antigas do mundo. Sua origem é incerta, mas diversos estudiosos estimam que ela surgiu no antigo Egito, ligada a rituais de fertilidade. Aquelas que são fãs e almejam aprender a dança poderão ter essa oportunidade no “Sherazade: Encontro de Formação em Dança do Ventre”, ministrado pela dançarina Laura de Lys e que acontece entre os dias 7 a 10 de Janeiro, na Usina de Arte João Donato, finalizando com o espetáculo Sherazade.
A dançarina Laura, que é formada em Dança pela Faculdade Paulista de Artes, em São Paulo, enfatiza que Sherazade é mais do que um encontro, é uma jornada de descoberta e aprofundamento no universo da dança do ventre.
Laura relatou ao site A GAZETA sobre o que a motivou para realização do evento, sobretudo voltado ao público feminino. Segundo ela, um dos principais motivos foi a certa carência da dança do ventre em Rio Branco e a vontade de oportunizar essa chance a mulheres, indo desde o processo de criação até a apresentação no palco
“O palco é um local de aprendizagem, de movimento, empoderamento, bem-estar, mas é lógico que também é possível abordar outros espaços incomuns. Eu quero fazer com que essas mulheres sejam mais independentes em relação à própria arte: uma aluna pode propor uma apresentação, durante o processo criativo, fazer algo só para gente mesmo e, depois, algo para se divertir”, declara a dançarina.
De acordo com Laura, o evento ser voltado apenas para mulheres é uma das principais justificativas para o projeto, que é aprovado pela Lei Aldir Blanc, por meio da Fundação Garibaldi Barsil, visto que o Acre possui altos números de violência contra mulher e feminicídio, e a formação torna-se um espaço para o empoderamento feminino.
“ A dança do ventre não traz só o aprendizado da dança e a possibilidade de apresentação, mas também de se vestir toda linda, se maquiar; e além disso, [traz] a possibilidade de as mulheres entenderem as próprias potencialidades, em pensarem que, da mesma forma que podem fazer um movimento de dança, podem dizer não para uma relação abusiva e ascender profissionalmente”, diz.
Lys reforça que a formação é aberta para todas as mulheres que têm interesse mesmo aqueles que nunca tiveram contato com nenhum tipo de dança até quem já se apresentou no palco. Ela ainda fala sobre o que esperar ao fim do projeto “ Que elas possam ter uma liberdade para poder dançar, para poder criar e para poder usar esses conhecimentos da forma que elas bem entenderem, terem autonomia na arte”, finaliza.