O Acre viveu, há 14 anos, 10 meses e 18 dias, um dos seus capítulos mais tristes, com o desaparecimento, sequestro e morte de Fabrício Costa. O caso é lembrado até hoje e, aparentemente, ganha um novo capítulo nesta sexta-feira, 3. É que um dos condenados pelo crime, Edivaldo Leite de Oliveira, atualmente detento da Unidade Penitenciária de Segurança Máxima Antônio Amaro, escreveu uma carta às autoridades se dizendo “bode expiatório” e reiterando sua inocência.
Na carta, escrita à mão, Edivaldo pede que as autoridades do Estado e de Brasília, além do poder Judiciário e Defensoria pública a manifestação de direitos. “Não tenho condições financeiras para obter um advogado particular para fazer minha defesa. Por conta disso, vivi anos da minha vida calado, durante 12 anos e sete meses, mais de uma década da minha liberdade, da minha vida, as autoridades do Estado me tomaram”, escreve.
Edivaldo também fala que conhece o real responsável pelo crime. “Graças a Deus tive a oportunidade de descobrir o verdadeiro culpado, o qual não vem ao caso agora revelar seu nome verdadeiro. Meu foco é deixar bem claro que sou completamente inocente”.
O detento explica ainda que tudo o que busca é justiça e reitera que não ficará mais calado diante daquilo que classifica como “tamanha injustiça”. “Porque, enquanto eu pago por um crime não cometi, o verdadeiro culpado está solto. Preciso que a justiça seja feita e que o verdadeiro culpado responda pelo seu crime”.
Leia a carta na íntegra:
Relembre o caso Fabrício Costa:
Fabrício Costa tinha 16 anos quando foi visto pela última vez em 16 de março de 2010, após sair de uma aula informática. Por câmeras de segurança, na época, chegaram a registrar o momento em que o adolescente entra no Terminal Urbano de Rio Branco.
Um dos acusados, à época, chegou a dizer à polícia que o rapaz foi sequestrado, morto e esquartejado; mesmo assim, locais onde o corpo poderia estar foram vistoriados e nada foi encontrado.
Oito pessoas foram indiciadas no caso, incluindo duas menores. Leonardo Leite de Oliveira, irmão de Edivaldo Leite de Oliveira, pegou 30 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de latrocínio, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Edivaldo Leite de Oliveira pegou 28 anos de reclusão, também em regime fechado, pelos mesmos crimes.