Um policial civil com deficiência, identificado apenas como Reinaldo, acusa policiais militares de agressão e tratamento humilhante durante uma abordagem em uma confraternização com familiares e amigos no último sábado, 11, em Rio Branco. (Assista aos relatos do policial civil acima)
De acordo com o agente, os militares chegaram ao local da festa por volta das 20h, alegando perturbação da ordem e do sossego e exigindo o fim da confraternização antes do horário limite determinado pelo aluguel do clube (22h).
Reinaldo passou a argumentar com os PMs, entre eles um sargento, de que a festa não iria acabar no horário que os militares queriam. Foi quando recebeu voz de prisão e a informação de que seria conduzido para a Delegacia de Flagrantes (Defla). A prisão foi efetuada enquanto o policial civil estava só de cueca.
“Fiquei indignado com essa situação. Falei ‘eu vou ser conduzido para a Defla por quê? Qual foi o crime que cometi? Porque perturbação de ordem não é crime’. Nisso, eles pediram reforço da Polícia Militar e chegaram cinco viaturas para prender um policial que é PCD [pessoa com deficiência]”, relata Reinaldo.
“E, totalmente desproporcional, me deram um mata-leão sem eu reagir. Eu cheguei a desmaiar, me algemaram por trás e me jogaram dentro da viatura de uma forma que não se faz nem com um cachorro. Estou cheio de hematomas pelo corpo. No domingo eu não conseguia nem andar por conta da espasticidade que eu tenho no meu lado esquerdo, que é o que me tornou PCD”, prossegue o agente.
O Sindicato dos Policiais Civis do Acre (Sinpol/AC) se manifestou, afirmando que acionará a corregedoria e o Ministério Público para apurar o caso. “Um episódio deplorável. Reinaldo foi humilhado totalmente à revelia do que preconiza a legislação. De imediato, quebraram um princípio básico da prisão de um policial civil, que é a comunicação ao seu superior hierárquico, no caso o delegado de polícia”, disse o presidente do órgão, Rafael Diniz.
A reportagem tentou contato com a PM, por meio da assessoria de imprensa, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para manifestações.