Acusado de tentar estuprar uma mulher no Horto Florestal no último sábado, 11, Guilherme da Silva Cruz, de 24 anos, abordou outra vítima no mesmo local três dias antes, na quarta-feira, 8.
Ao ver as imagens do suspeito na imprensa, a vítima, que não quis se identificar (e, por isso, será chamada pelo nome fictício de Carolina), reconheceu Guilherme e procurou a GAZETA para dar seu relato.
O relógio marcava entre 9h e 10h da manhã quando a mulher foi abordada pelo suspeito na clareira próxima à entrada da trilha, a poucos metros do lago. Ele vestia uma camisa esportiva, calça comprida e tênis.
“Estava sentada na raiz da samaúma, falando em uma chamada de vídeo com um amigo, quando percebi que tinha um homem se aproximando. Ele ficou parado a uns 4 metros, supostamente falando ao telefone. Como percebi que ele não ia sair, levantei e fui para o outro lado da clareira”, disse.
Guilherme, então, sentou no mesmo lugar em que Carolina estava antes, aos pés da samaúma. Cerca de 15 minutos depois, ele vai até a mulher, afirma que estava observando-a e que viu uma sombra atrás dela.
“Ele disse que havia um homem que me odiava, que queria me fazer mal e que fez um ‘trabalho’ pra mim. Falou também que estava se tremendo todo porque o que viu perto de mim foi muito ruim. Disse ainda que ele tinha tido uma ‘visão’ parecida de um homem e esse homem não acreditou nele e morreu”, relatou.
Assustada com a abordagem, Carolina decidiu sair daquele ambiente, mas passou a ser seguida pelo homem, que insistia no assunto da sombra misteriosa que estaria perseguindo-a. “Aproveitei para perguntar como era o nome dele e ele respondeu ‘Guilherme’. Questionei onde ele morava e ele disse que era no Tancredo Neves”.
O bairro coincide com o local onde Guilherme foi preso pela Polícia Militar no sábado, 11, poucas horas após ter supostamente agredido e tentado estuprar a outra vítima, que não teve o nome divulgado.
Carolina lembra que ficou espantada com a conversa e a atitude do homem. “Contei o fato pra algumas amigas e no sábado, quando a notícia da tentativa de estupro se espalhou, vi que era o mesmo homem que me abordou. Agora eu penso que desde quarta-feira, ou muito antes, esse homem andava atrás de possíveis vítimas”.
Guilherme foi solto provisoriamente neste domingo, 12, após audiência de custódia. Quando soube da soltura do homem, Carolina foi até uma delegacia abrir um boletim de ocorrência sobre a abordagem sofrida por ela.
“Todas as coisas ruins que ele disse que essa sombra queria fazer comigo na verdade foi o que ele tentou fazer com essa mulher que foi atacada sábado. Então, ele ficou ali me observando e veio falar essas coisas para me deixar com medo e vulnerável, o que me faz entender que ele já tinha intenções criminosas. É um sujeito perigoso”, alerta Carolina.